Rankings. Escolas públicas do básico voltam a melhorar resultados

Notas dos alunos do 9.º ano registam melhoria nos resultados e as médias das escolas públicas sobem, ganhando terreno às privadas.

Rankings. Escolas públicas do básico voltam a melhorar resultados

Tal como aconteceu no ano passado, a escola pública volta a ganhar terreno face aos colégios entre os primeiros lugares do ranking. Os colégios continuam a dominar os lugares cimeiros, mas este ano o número de escolas públicas entre os 100 estabelecimentos de ensino mais bem classificados volta a subir, sobretudo no básico. É, pelo menos, o terceiro ano consecutivo em que se regista uma melhoria nos resultados – algo que se deve a vários fatores, apontam os professores e diretores de escolas ouvidos pelo b,i., que elencam motivos que vão desde o trabalho dos professores como à transferência de alunos dos colégios para a escola pública. 

Entre as 100 escolas com as médias de exames nacionais do 9.º ano mais elevadas – Português e Matemática – há agora 29 públicas, quando no ano passado eram 25. Um aumento tímido mas, se recuarmos a 2015, a diferença dispara para mais do dobro, quando havia apenas 12 escolas públicas nos 100 primeiros lugares. 

E este progresso não se fica por aqui. Comparando as médias conseguidas este ano pelos alunos das escolas públicas, verifica-se uma subida nos valores das notas e menos 228 escolas com médias negativas. Cenário que acontece até mesmo entre as 20 escolas públicas que registaram as médias mais baixas. Este ano a escola pública que conseguiu o melhor resultado nos exames do 9.º ano foi a Escola Secundária Infanta D. Maria, em Coimbra, com uma média de 78,1 valores (numa escala de 0 a 100 valores) em 148 exames realizados pelos alunos que frequentaram as aulas todo o ano letivo (alunos internos). Uma média que fica 5,47 valores acima da média conseguida pela melhor pública do ano passado a Secundária D. Manuel I, em Beja, que registou uma média de 72,6 valores nos exames resolvidos pelos alunos internos.
Uma tendência que tem feito com que as escolas públicas do básico tenham vindo a subir de posição na tabela geral do ranking realizado pelo b,i. Em 2015 a primeira escola pública a surgir na tabela geral ocupava o 79.º lugar e no ano passado houve uma subida de 52 lugares na lista, com a primeira pública a surgir na 27.º posição do ranking. Este ano a melhor classificada está no 23.º lugar, com uma diferença de 7,48 valores da média registada pela escola que registou a melhor nota no básico: o Colégio Minerva, no Barreiro, onde os alunos conseguiram a média de 85,5 valores em 56 provas realizadas. 

O ranking elaborado pelo b,i. tem como base os resultados dos exames nacionais dos alunos internos. No caso do secundário são tidas em conta as médias dos exames das 22 disciplinas do 12.º ano, analisando as escolas com mais de 100 provas realizadas, o que resulta numa amostra de 516 estabelecimentos de ensino. No básico são tidas em conta as escolas com mais de 50 provas realizadas (ver nota metodológica), havendo 1.052 escolas que preenchem estes critérios. E por ter tido menos de 50 provas realizadas em anos anteriores, esta é a primeira vez que o Colégio Minerva surge no ranking desenhado pelo b,i., ocupando logo a primeira posição. 

No secundário a melhoria nos resultados não é registada de forma tão acentuada como no básico. O número de escolas públicas entre as 100 mais bem classificadas mantém-se em 46 e há uma ligeira subida na média dos exames. Este ano, a primeira pública a surgir na tabela é a Secundária Garcia de Orta, no Porto, com uma média de 12,86 valores (numa escala de 0 a 20) em 814 provas realizadas. No ano passado esta escola era 5.ª pública mais bem classificada. A primeira posição da tabela geral é ocupada pela 4.ª vez consecutiva pelo Colégio Nossa Senhora do Rosário, no Porto, com uma média de 15,04 valores, e é preciso descer até à 28ª posição para encontrarmos a primeira escola pública. 

Os diretores e professores apontam várias razões para a melhoria de resultados, sobretudo no básico, que podem passar pela transferência de alunos do privado para o público, por alterações de programas ou até mesmo pelas condições das escolas. (ver página seguinte) 

Entre o total de 1.052 escolas básicas, que preenchem os critérios do b,i. há 904 (86%) que são públicas, sendo as restantes 148 privadas. No secundário entre as 516 escolas analisadas há 434 (84%) públicas e 82 privadas.