Maldivas. Estado de emergência instaurado

O presidente do país decretou o Estado de emergência antes das forças armadas cercarem o Supremo Tribunal

O presidente das Malvinas, Abdulla Yameen, decretou o Estado de emergência para os próximos 15 dias, fortalecendo ainda mais os poderes das forças de segurança. A partir de agora poderão deter e manter presos suspeitos à mínima suspeita. A decisão do chefe de Estado vem no seguimento de forte tensão entre o governo e o Supremo Tribunal. 

Até ao momento, sabe-se que Maumoon Abdul Gayoom, ex-presidente das Malvinas durante 30 anos, agora com 80 de idade, foi detido pelas forças policiais. A notícia foi avançada pela sua filha, Abdulla Yameen via rede social Twitter. 

As forças policiais e armadas também avançaram sobre o Supremo Tribunal, cercando-o. Abdulla Saeed, presidente do tribunal, e outras pessoas encontravam-se refugiadas no edificio. Não se sabem mais pormenores sobre a situação no local. 

O conflito entre os poderes executivo e judicial deflagrou na sequência da recusa do presidente das Maldivas ter recusado libertar presos políticos e integrar 12 deputados da oposição afastados dos seus mandatos, contrariando assim as ordens do Supremo Tribunal. Caso os deputados, que abandonaram o partido de Yameen, voltassem aos seus cargos, o mais provável seria a oposição ao presidente obter a maioria absoluta no parlamento e, assim, derrubar o executivo e o seu líder. 

A decisão judicial também fragiliza a posição do executivo por entender que as condenações dos deputados ocorreram no quadro de uma campanha de repressão do poder dominante, sendo de "natureza constestável e politicamente motivada". O Tribunal decidiu que os julgamentos deveriam ser anulados e realizados novos. 

Em resposta, o presidente Abdulla Yameen decidiu agir por entender que qualquer tentativa de destituição ou eventual detenção do chefe de Estado representa uma afronta, acrescentando ainda que o Tribunal Supremo não está acima da lei. 

Entretanto, vários membros da oposição já pediram à comunidade internacional para intervir no sentido de pressionar o presidente a terminar com o Estado de emergência e para respeitar a decisão judicial com o intuito de se pôr um termo à crise política. 

Os Estados Unidos já apelaram ao governo para que respeite as "instituições democráticas". 

Também António Guterres, secretário-geral da ONU, apelou no mesmo sentido e acrescentou, em comunicado, que "a procura de uma solução para o impasse político nas Maldivas" deve incluir "discussões entre todas as partes", algo que as Nações Unidas estão disponíveis para "facilitar".