Automóvel. Portagens ameaçam futuro da fábrica da PSA Mangualde

Governo já negoceia com concessionárias a alteração do sistema que vincula a altura dos veículos à classe   

O grupo automóvel PSA alerta que o investimento na fábrica do grupo em Mangualde pode estar em causa. O modelo de pagamento das portagens, anexado à altura dos veículos, coloca em causa o novo modelo que a fábrica de Mangualde da PSA (Peugeot, Citroen, DS e Opel) vai começar a produzir este ano.

O projeto K9, que representa modelos das marcas Peugeot, Citröen e Opel vão pagar classe 2 nas portagens, ao contrário dos atuais modelos produzidos naquela unidade – o Citröen Berlingo e a Peugeot Partner – que pagam classe 1.

A diferença prende-se com a altura do veículo, que no caso do projeto K9, por ser superior a 1,10 metros, sobe de escalão no atual sistema, cuja alteração vai ser introduzida na “renegociação” que, revela o governo, “está a fazer com as várias concessionárias, nomeadamente com a Brisa”.

A pretensão das construtoras automóveis é que os veículos ligeiros tenham uma classificação e os pesados outras, ou seja, seria o peso e não a altura a determinar a portagem a pagar.

 “Estamos todos à espera que se produzam alguns resultados de uma forma rápida”, disse o diretor geral da PSA Portugal sobre as reuniões entre o governo e as gestoras das auto-estradas. Alfredo Amaral avisou que a não alteração nas classificações das portagens terá “impacto sobre o emprego no curto prazo, é inevitável”. 

O futuro furgão comercial ligeiro, denominado atualmente pelo nome de código K9, poderá chegar a um máximo de produção de 100 mil veículos por ano, dos quais 20 mil para Portugal.

A médio prazo, se nada mudar, “isso porá em causa a continuidade da nossa presença”, acrescentou o responsável. Questionado sobre se o investimento da PSA está em risco, Alfredo Amaral respondeu de forma afirmtiva apontado que a produção de Mangualde poderia ser acomodada pelas três fábricas de Espanha ou pela unidade em construção em Marrocos.

“Não queremos nenhuma exceção, queremos é que a regulamentação mude”, resumiu o responsável, referindo a necessidade de uma resposta oficial “antes do final de junho” para não haver impacto na PSA de Mangualde.