Novas oportunidades mas também riscos para as empresas

Quarta revolução industrial e envelhecimento da população “ensombram” futuro

A quarta revolução industrial pode criar uma série de novas oportunidades para as empresas, mas para os trabalhadores poderão existir maiores riscos.

A concentração de riqueza pelos grupos económicos, a falta de descanso e a necessidade constante de formação para os trabalhadores são alguns dos riscos que estão em cima da mesa e que foram abordados na COTEC Europe Summit. 

“As novas empresas tecnológicas enriquecem mais com muito menos empregos. Temos de garantir que a receita criada pela tecnologia vai contribuir para a melhoria da vida dos humanos”, assinalou Arlindo Oliveira, presidente do Instituto Superior Técnico (IST). Também a formação ao longo da vida será outra constante da indústria 4.0, porque “65% das crianças atualmente na escola vão trabalhar em profissões que ainda não existem”, lembrou o comissário europeu Carlos Moedas. 

A pensar nisso, o governo lançou, no ano passado, o programa chamado i4.0, que inclui um conjunto de 60 medidas, das quais 40 já estão em execução, envolvendo um investimento de dois mil milhões de euros, com mais de 4,5 mil milhões de retorno esperado nos próximos quatro anos. 

Este plano terá impacto em mais de 50 mil empresas a operar em Portugal e irá permitir a requalificação e a formação na área das competências digitais de mais de 20 mil trabalhadores.

Ainda assim, os riscos continuam a ser grandes e não se limitam apenas ao mercado nacional. Um desses problemas diz respeito ao facto de a União Europeia ir perder 50 milhões de trabalhadores até 2050, com o número de nascimentos a ser insuficiente para assegurar a renovação das gerações e na grande maioria dos Estados. As projeções são de que a Europa caminha para um “suicídio demográfico”, avisam os investigadores da Fundação Robert Schuman.

Os especialistas acreditam que o envelhecimento fará diminuir para metade o potencial de crescimento económico da Europa até 2040. E a tecnologia não será suficiente para o contrariar. A prova é que, “apesar de todos os avanços tecnológicos, tanto o crescimento económico como a produtividade têm vindo a desacelerar de forma consistente na Europa, no Japão e nos Estados Unidos desde o início da década de 80”. 

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