ModaLisboa. Entre os caretos a homenagem de Nuno Gama a Zé Pedro

Ao segundo dia da 50.ª ModaLisboa, Nuno Gama foi o invariável rei do espetáculo. Mas na passerelle reinaram as novas coleções de Luís Carvalho e de Gonçalo Peixoto. 

Não seria preciso espreitar os bastidores do desfile de Nuno Gama para adivinhar que o segundo dia da 50.ª ModaLisboa terminaria em forma de acontecimento. A isso nos habituou já o designer que, ao Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, chegou a comemorar os 25 anos da sua marca com o Planalto Mirandês e as suas capas de honra como inspiração para “O Desejado, o Encoberto, o Papão e a Procissão”.  

Não seria preciso espreitar, mas antes do desfile em que apresentaria as suas propostas para a próxima estação fria lá estavam eles: um grupo de caretos, preparados para fazerem a abertura do desfile que, depois de Luís Carvalho, encerraria o segundo dia da ModaLisboa.

Pois vieram eles, para um início às escuras e todos os telemóveis em punho, num momento que não ficaria, ainda assim, como o mais alto da noite. Esse lugar tinha-o reservado o criador sempre inspirado na cultura portuguesa para o final. Quando, ocupando toda a passerelle em duas filas, os manequins cruzaram os braços ao som do inconfundível início de “O Homem do Leme”, interpretado por Xande.

Ao segundo dia da ModaLisboa, dono do espetáculo foi mesmo Nuno Gama, mas na passerelle reinou, também sem surpresa, Luís Carvalho, com uma coleção inspirada nos edifícios das grandes cidades e a década de 1960 como referência para materiais e grafismos.

Formas retas e oversized em tons de azul royal, roxo, preto e vermelho dominaram os coordenados desta “Under Your Skin”, em que o designer recorreu a materiais estruturados como o jacquard, as peles sintéticas e o vinil.

MODALISBOA N.50 | LUÍS CARVALHO | FW 18/19 from ModaLisboa – Lisboa Fashion Week on Vimeo.

No dia em que também Valentim Quaresma e Ricardo Preto apresentaram as suas coleções para inverno de 2019, destacou-se entre as jovens promessas do LAB Gonçalo Peixoto, com uma coleção inspirada nas auroras boreais e dominada por hoodies, sweats e vestidos desconstruídos oversized, em “sobreposições confortáveis” na “procura da identidade de uma mulher orgulhosa, descomplexada e afirmativa”.

A 50.ª ModaLisboa continua este domingo, com Olga Noronha a abrir o dia na Estufa Fria. A partir do meio da tarde, no Pavilhão Carlos Lopes, Filipe Faísca, Kolovrat e Ricardo Andrez apresentam as suas propostas para o outono-inverno do próximo ano, num dia que encerrará com o desfile de Dino Alves.