Estados Unidos. Uma última explosão para Mark Conditt

O homem que há três semanas distribuía encomendas armadilhadas em Austin fez-se explodir quando a polícia se aproximava do carro.

A campanha de explosões aparentemente aleatórias que nas últimas três semanas aterrorizaram Austin, no Texas, terminou de forma amarga e violenta.

As autoridades americanas tomaram esta quarta-feira enfim o rasto ao bombista, Mark Conditt, um jovem discreto de 23 anos que, à medida que fugia da perseguição e dos disparos da polícia, encostou o seu jipe vermelho numa pequena vala e fez-se explodir com as mesmas armadilhas que espalhou pela cidade e com as quais matou duas pessoas e feriu cinco.

As autoridades afirmam que não deixou para trás uma nota a justificar os ataques e que a investigação continua em branco sobre os seus motivos.

Conditt insere-se no arquétipo comum do jovem discreto e aparentemente gentil que, para surpresa de todos, se torna um assassino em série. Os investigadores afirmaram esta quarta-feira que família e amigos não estavam a par das operações e que o principal receio por agora é perceber se o jovem americano deixou para trás – ou, pior, em circulação – novas encomendas armadilhadas.

“Há duas coisas muito importantes a tratar antes de encerrarmos isto”, anunciou o governador do Texas, Greg Abbott. “Primeiro, não sabemos se há outras bombas por aí, quantas há e onde estão”, prosseguiu. “Em segundo lugar, e muito importante, temos de esclarecer se houve mais alguém envolvido no processo.”

Conditt lançou-se numa campanha altamente violenta e sofisticada que só nos últimos dois dias produziu pistas suficientes para que as autoridades dessem com o seu rasto. Desde o início do mês, o suspeito distribuiu seis encomendas armadilhadas de diferentes formas e que mataram duas pessoas e feriram outras cinco.

Uma delas, por exemplo, foi deixada à porta de uma habitação; outra foi plantada na berma da estrada e acionada com uma armadilha de movimento; a última explodiu no armazém da transportadora FedEx, onde Conditt a foi deixar e revelou a mão: foi detetado pelas câmaras de vigilância usando uma peruca.

A detonação que matou Conditt projetou um agente pelos ares e desfigurou gravemente o seu corpo. As autoridades revistaram a casa dos pais do bombista e o apartamento onde vivia com dois amigos, mas não encontraram lá explosivos. De acordo com a polícia, os pais de Conditt publicarão em breve uma declaração de pesar pelas vítimas das explosões. “Estão a passar muito mal”, disse o detetive David Fugiitt. “Isto é certamente um choque emocional.”