Cascais. Onda de roubos de baterias de carros preocupa moradores

Só num perímetro de 200 metros houve pelo menos quatro assaltos no último mês e meio

Durante o último mês e meio, o concelho de Cascais foi alvo de uma onda de assaltos a carros mais antigos. O modus operandi é idêntico: os assaltantes levam apenas a bateria.

Teresa Alves, uma das vítimas de assaltos, ficou sem a bateria do seu pequeno Citroën Saxo há cerca de 15 dias e o roubo terá acontecido durante a noite. “Fomos pegar no carro, não funcionava e achámos que era da bateria. Fechámos o carro e viemos embora. No dia seguinte, fomos lá com os cabos para ver se alimentávamos a bateria e ela não estava lá”, explicou. 

O sucedido foi motivo suficiente para que o marido de Teresa comentasse o caso com um conhecido, como forma de o alertar e prevenir para a onda de roubos, ao que acabou por descobrir que, na zona de Cobre, tinha havido pelo menos mais dois assaltos. Mais tarde, Teresa viria a descobrir um terceiro: “Soube de outro assalto ao pé do meu porque fui avisar uma vizinha”, que tinha um carro estacionado no mesmo sítio. Em conversa, a vizinha contou a Teresa que outro vizinho seu, dono de um Ford Fiesta antigo, também tinha sido assaltado.

Estes quatro assaltos aconteceram “num perímetro de 200 metros de estrada”, e segundo a vítima, nos últimos dias, não teve conhecimento “de ter havido mais” roubos.

Hugo Palma, responsável pelo gabinete de imprensa e relações públicas da PSP, indicou ao i que as queixas no último mês e meio foram frequentes . “Há cerca de um mês e meio começaram a acontecer repetidas vezes furtos de baterias. Estamos a falar de umas poucas dezenas de situações que foram reportadas.”

No entanto, nos últimos tempos, os roubos têm estado a diminuir. Segundo explicou, há aproximadamente dez dias foram identificados dois homens portugueses suspeitos de estar por trás da maré de assaltos. “Alguém se terá apercebido de um furto, a polícia foi ao local e identificou os dois suspeitos.” Como não tinham nenhuma bateria consigo, acabaram por não ser detidos. No entanto, “tudo leva a crer que seriam eles os autores”, visto que desde esse dia os roubos têm cessado. “Praticamente todos os dias havia queixas de furtos de baterias e, de repente, parou, o que coincide precisamente com a identificação destes dois indivíduos”, sublinhou o responsável.

As autoridades acreditam que as baterias eram roubadas para serem vendidas a sucatas. “Normalmente funciona desta forma: haverá um recetor que compra estas baterias e que normalmente é uma oficina, ferros-velhos, gente que trabalha com carros avariados e gera ali algum dinheiro com isso.”

A PSP de Cascais confirmou ao i a existência dos furtos mas que, devido ao reforço policial, “a ocorrência deste fenómeno tem vindo a diminuir”.