Golfe. Óbidos International Open: David Borda campeão, Carlota com melhor volta

O  espanhol de 31 anos conquistou o primeiro título profissional da sua carreira e saltou para o n.º1 da ordem de mérito do Alps Tour. Já o vice-campeão nacional recuperou de uma operação às costas

O espanhol David Borda tornou-se no novo n.º1 da Ordem de Mérito do Alps Tour, depois de conquistar o primeiro título profissional da sua carreira no 1.º Obidos International Open, um torneio de 30 mil euros em prémios monetários, no qual os portugueses destacaram-se entre os 120 participantes de 17 países, com João Carlota a terminar no 3.º lugar, e Tomás Silva e Tiago Cruz partilharam o 8.º posto.
 
A grande surpresa foi o 3.º lugar de João Carlota, que vinha de uma operação. Mas o algarvio fez uma segunda volta em 67 pancadas, 5 abaixo do Par do Guardian Bom Sucesso Golf, carimbando o melhor resultado do torneio. O vice-campeão nacional ascendeu para o grupo dos 3.º classificados, que incluiu cinco jogadores empatados com um agregado de 141 (-3), recebendo cada um 1.428 euros de prémios.
 
Se João Carlota recuperou de 74 na primeira volta para 67 na segunda, também Tomás Silva melhorou bastante de 73 na primeira jornada para um 69 na segunda volta, ficando no grupo dos 8.º classificados, composto por seis jogadores empatados com 142 (-2). Tiago Cruz foi o outro português com este resultado, apresentando voltas de 70 e 72, sendo de salientar que o ex-bicampeão nacional chegou a estar a apenas 1 pancada do vencedor, mas uma série de negativa de iniciar os seus últimos 9 buracos com 1 bogey no buraco 1, 1 triplo-bogey no 2 e 1 duplo-bogey no 3. Ficou arredado do título, mas terminou em beleza com 4 birdies nos últimos seis buracos.
 
Quanto a Rui Morris, que liderou aos 18 buracos o torneio sancionado pelo Portugal Pro Golf Tour, poderá ter sentido o nervosismo natural de ver-se numa situação inédita aos 21 anos e a sua segunda volta em 82 pancadas, 10 acima do Par, não teve nada a ver com a primeira em 68 (-4). O seu final foi terrível, com 1 quádruplo-bogey no buraco 17 e 1 triplo-bogey no 18. Tombou de colíder para o grupo dos 56.º classificados, com 150 (+6), empatado, entre outros, com Ricardo Santos (75+75). No entanto, Rui Morris soube encarar esta experiência negativa como uma lição que poderá vir a revelar-se preciosa no futuro e recebeu um caloroso abraço do presidente da PGA de Portugal, José Correia.
 
Depois de dois dias com chuva e vento forte, o 1.º Obidos International Open concluiu-se hoje (quarta-feira) com um dia mais ameno, com algum sol, favorecendo melhores resultados e, tal como se tinha anunciado na véspera, a terceira volta foi cancelada, contando os resultados após a segunda volta, aos 36 buracos. David Borda foi campeão sem jogar hoje, pois já tinha fechado a sua participação ontem com 139 pancadas, 5 abaixo do Par, após voltas de 70 e 69, que lhe valeram um prémio de 5 mil euros.
 
O espanhol de 31 anos falhou por pouco no ano passado a subida ao Challenge Tour (a segunda divisão europeia), pois encerrou 2017 no 7.º posto da Ordem de Mérito do Alps Tour (terceira divisão) e só o top-5 é promovido. Em 2018, arrancou a época com toda a força. Nos dois torneios iniciais, no Egito, foi 7.º (-7) no Ein Bay Open, 4.º (-7) no Red Sea Little Venice e agora 1.º (-5) no Obidos International Open. Só faz top-10, sempre a jogar abaixo do Par e com um primeiro título que aguardava há sete anos, quando se tornou profissional. Lidera o ranking desta terceira divisão europeia e pode começar a sonhar com a subida à segunda.
 
A cerimónia de entrega de prémios contou com Margaria Reis, vereadora de Saúde e Bem Estar (inclui Desporto) da Câmara Municipal de Óbidos; Pedro Portugal, presidente-executivo do Guardian Bom Sucesso Resort; Estelle Richard, diretora do Alps Tour; José Correia, presidente da PGA de Portugal e promotor do Portugal Pro Golf Tour; e Alessandro Pia, diretor de torneios do Alps Tour.
 
Declarações
 
João Carlota (melhor português): «Venho de uma operação a um quisto na zona do cóccix. Era para não vir jogar este torneio, porque não tinha podido fazer qualquer preparação para um torneio deste nível, mas foi o meu treinador quem me disse para vir jogar porque era melhor do que ficar em casa a treinar. É sempre positivo ser o melhor português e um 3.º lugar é muito bom, dada a qualidade deste torneio. O 67 aqui faz-se com muita vontade, persistência e a acreditar».
 
David Borda (campeão): «Já levou uma longa carreira, passei por muitas situações e este título finalmente chegou. Ontem tinha vivido um dos dias mais duros da minha carreira, com chuva e vento e o resultado foi muito bom, um dos meus melhores resultados, dadas as condições, e finalmente tive sorte. Hoje foi um dia demasiado longo para mim, ainda por cima não havia livescoring, não sabia o que faziam os outros e tive de esperar até que chegasse o último grupo para saber se iria ganhar. Estive quase a rezar. Agora é continuar com estes bons resultados e tentar subir ao Challenge Tour. Este campo encanta-me, o resort é muito bonito, vale a pena voltar. Quanto aos 5 mil euros de prémios, irei conversar com a minha namorada para ver como iremos investi-los».