Universidade de Évora. Reitora despreocupada com buscas do MP

A reitora da Universidade de Évora (UÉ), Ana Costa Freitas, disse hoje em conferência de imprensa que está despreocupada com as buscas realizadas na UÉ pelo Ministério Público e pela PJ, garantido que não foram cometidas quaisquer ilegalidades.

“Somos uma instituição pública, não cometemos ilícitos", assegurou esta quinta-feira, em conferência da imprensa, a reitora da UÉ, em reação às buscas realizadas pelo Ministério Público e pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária (PJ), que decorreram esta segunda-feira.

Em comunicado publicado ontem na página de Internet do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Évora, o MP divulgou a realização de buscas nesta instituição, na sequência de denúncias de crimes relacionados com procedimentos concursais, uso abusivo de meios e contratação de serviços.

"Estiveram cá, levaram o que quiseram, foram onde quiseram e tudo o que pediram foi-lhes entregue. Não vejo que haja qualquer problema", referiu Costa Freitas, sublinhando que não está "minimamente preocupada" com a situação, apesar de ser "desagradável para a universidade".

Ana Costa Freitas considera que as denúncias feitas são “nitidamente de um atque” contra si própria, tendo-se mostrado “mais incomodada por aquilo que pode afetar a imagem da UÉ".

"É preciso ser alguém que não conhece minimamente o funcionamento de uma universidade para achar que um reitor ou um vice-reitor pode influenciar um concurso", declarou.

De acordo com a reitora da Universidade, as buscas foram realizadas no âmbito de dois inquéritos relacionados com factos ocorridos entre 2009 e 2018, que envolveu três reitorias: a sua e as de Jorge Araújo e Carlos Braumann.

"Recebi, entretanto, uma cópia de uma denúncia [anónima], que eu não sei se foi a que esteve na base dos processos, mas são nitidamente coisas bastante infundadas e muito pouco objetivas", adiantou a reitora da UÉ.

Em causa estão suspeitas de corrupção, peculato, peculato de uso, abuso de poder, tráfico de influências e participação económica em negócio, diz o DIAP de Évora acrescentando que, para já, “não existem arguidos constituídos”.

Contactada pelo i, a universidade diz estar disponível para colaborar com a investigação mas que “a partir da informação que lhe foi transmitida não se identificam factos ilícitos que lhe sejam imputáveis” e que por isso já requereu a consulta de ambos os processos “para indagar os pontos que devam ser esclarecidos, bem como a existência de eventuais denúncias caluniosas”.

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