‘Oncolamúrias’. O texto irónico de José Diogo Quintela que a internet está a reprovar

O humorista recorreu à ironia na habitual coluna de opinião num jornal provocando muitas reações negativas dos internautas.

José Diogo Quintela abordou a questão das condições do serviço de pediatria no Hospital São João, no Porto, que tem sido alvo de muitas queixas por parte de pais de crianças com cancro, relacionando esta questão com os recentes ataques na Síria com armas químicas e com o défice nacional.

Após este texto ter sido publicado na sua habitual coluna de opinião, o humorista e colunista tem sido alvo de muitos comentários negativos na internet, sobretudo de pessoas que, apesar de perceberem que é um texto que recorre à ironia, consideram que o tema em questão não pode ser usado num texto irónico.

Até li duas vezes para ver se estava a ler bem…”, “Fazer ironia com crianças com cancro revela falta de uma série de competências, uma delas a solidariedade, outra a empatia…”, “Uma ironia de muito mau gosto, talvez porque o senhor não tem um filho nessa situação, caso contrário não encontraria ponta de piada para afiar a pena”, são alguns dos comentários ao texto de José Diogo Quintela.

Por outro lado, outros utilizadores não consideram o texto ofensivo e até acreditam que esta é uma boa forma de passar a mensagem. “A ironia é uma boa forma de passar a mensagem. Parece-me claro que está a ser irónico…”, “Este artigo é uma violenta crítica à situação. Humor corrosivo que critica muito mais que outras críticas feitas aos berros”.

“É preciso muita vontade de atacar o Governo, para os pais terem a lata de reclamarem das condições em que os filhos fazem quimioterapia, justamente na mesma semana em que as crianças sírias levaram os seus químicos sem se queixarem da assoalhada em que estão”, pode ler-se no texto publicado no Correio da Manhã.

“No S. João, ao menos, têm um corredor. Já viram Ghouta? Nem paredes há! Trata-se de paizinhos que se lamuriam das condições de tratamento dos filhos, mas provavelmente rejubilam com o défice de 0,9%”, escreve, terminando: “E ainda têm o desplante de se queixarem das correntes de ar. A criança tem cancro e é uma constipaçãozinha que lhe vai fazer mal? Picuinhas”.