EUA avisam de perigo de atentados em Portugal

Embaixada dos EUA em Lisboa tem difundido alertas que apontam para a possibilidade de ataques visando cidadãos americanos. Igrejas, locais turísticos e zonas movimentadas estão na lista dos pontos sensíveis. O Gabinete Coordenador de Segurança garante que o risco, em território nacional, continua a ser ‘moderado’.

Portugal continua com risco «moderado» de poder vir a sofrer um atentado terrorista, mas a embaixada dos Estados Unidos da América (EUA) em Lisboa tem difundido avisos aos americanos residentes em território nacional ou aqueles que viajam em turismo para terras lusas que se acautelem de eventuais ataques.

Os especialistas confirmam que há ameaças reais, apesar de Portugal apresentar menos riscos do que outros países europeus. 

Num dos últimos alertas de segurança enviados pelos diplomatas americanos, e a que o SOL teve acesso, a embaixada recorda que  o país não está imune a ações terroristas e recomenda atenção redobrada nas zonas mais concorridas de Lisboa, Porto e Algarve. Locais públicos como escolas, hospitais, igrejas, lugares turísticos e transportes são os pontos mais vulneráveis.

No mesmo email enviado a cidadãos americanos, a embaixada admite que o Governo americano «continua preocupado» com a possibilidade de grupos terroristas tentarem atingir cidadãos americanos, «incluindo crianças».

«Os terroristas podem usar uma variedade de táticas, como assaltos violentos e raptos», lê-se ainda no mesmo alerta. O texto recorda que, «no passado», os extremistas usaram «facas, armas e veículos» para fazerem «ataques em força».

Risco ‘moderado’ 

Face a esta realidade, os americanos são aconselhados a adotar comportamentos que minimizem  riscos: deverão estar «alerta» nos locais mais vulneráveis, «rever rotas de viagem e horários, para reduzir a previsibilidade» dos seus movimentos, atentar no ambiente que os rodeia, rever os seus «planos de segurança pessoais» e avisar as autoridades caso detetem ameaças nas redes sociais. O SOL apurou que o facto de Lisboa, ao contrário de outras cidades europeias, não dispor de videovigilância (só existe no Bairro Alto e na Amadora) preocupa as autoridades portuguesas e estrangeiras.

Não obstante, e segundo o Gabinete Coordenador de Segurança, o risco em Portugal mantém-se inalterado e é «moderado», apesar de as ameaças serem monitorizadas «de forma permanente» pelas forças e pelos serviços de segurança. E especialistas ouvidos pelo SOL sublinham que o risco é menor do que no resto da Europa. 

«O risco existe sempre, mas o nosso país é, de entre o conjunto de países europeus, o que apresenta menor probabilidade de sofrer ações terroristas», explica José Manuel Anes, que presidiu ao Observatório para a Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo.

O facto de a comunidade muçulmana estar «bem integrada» em Portugal é um dos fatores que garantem a segurança. «Tem havido muito trabalho nesse sentido, quer da parte das autoridades portuguesas, quer da parte da própria comunidade e alguém menos bem intencionado sabe que não encontrará no território nacional o melhor ambiente ou apoio para um eventual atentado», acrescenta Anes, que defende, ainda assim, um «reforço», por parte do governo, dos meios do SIS e da Unidade Nacional Contra Terrorismo.

«A verdade é que há poucos meios humanos e os que existem têm feito muitíssimo com muito pouco».