O rei Leo no seu harém

Inicialmente considerado apenas mais uma cara bonita em Hollywood, Leonardo DiCpario tornou-se um dos mais respeitados atores da sua geração, um ativista empenhado e um galã incorrigível. Apesar disso, diz que ‘tinha mais sucesso com as raparigas antes de fazer o Titanic’. 

Desfila nas passerelles de todo o mundo e é enteada de Al Pacino. A nova namorada de Leonardo DiCaprio chama-se Camila Morrone, já foi capa da revista Vogue e tem metade da idade do ator. Nasceu em Buenos Aires em 1997 – curiosamente, no mesmo ano em que DiCaprio se tornou uma celebridade planetária graças ao seu papel em Titanic, ao lado de Kate Winslet. Este verão, o rei Leo e a sua consorte passaram férias juntos em Saint-Tropez e Antibes, no Sul de França, antes de seguirem para a idílica Positano, perto de Nápoles.

A modelo argentina inscreve o seu nome numa longa e distinta lista: mesmo antes de protagonizar Titanic, DiCaprio já começara a construir um currículo de don juan com o qual muito poucos poderão rivalizar. A sua mais antiga conquista conhecida é a norte-americana Bridget Hall, a primeira de dez modelos de lingerie da Victoria’s Secret com quem terá namorado. Estava dado o mote. Ainda na década de 90, DiCaprio levou à estreia de Romeu + Julieta (uma adaptação contemporânea da tragédia de Shakespeare por Baz Luhrmann) a modelo e atriz Kristen Zang. Os rumores sobre relações com supermodelos naquela época multiplicam-se: Naomi Campbell e Helena Christensen são apenas dois dos nomes de que se fala.

Em 1997 veio o filme de James Cameron. Em entrevista posterior, DiCaprio queixava-se: «Eu tinha mais sucesso com as raparigas antes de fazer o Titanic». Ninguém diria: no ano seguinte, o ator teve um caso com Amber Valetta. Segundo rezam as crónicas, mandou procurá-la depois de ter visto uma fotografia da modelo norte-americana numa revista de moda. Durou pouco: dois meses. Seguiu-se a checa Eva Herzigova, que conheceu na estreia de O Homem da Máscara de Ferro. Mas por um período igualmente curto.

Reconhecido sobretudo pelas feições juvenis que faziam furor entre as adolescentes, DiCaprio manteve esse perfil sensivelmente até fazer A Praia, de Danny Boyle (2000). Mas aos poucos começou a afirmar-se como um dos melhores atores da sua geração. E dono de um conhecimento verdadeiramente prodigioso sobre a história do cinema. Scorsese elogiou-o por isso: por trás da cara bonita havia substância, um Q.I. superior e uma autêntica enciclopédia da sétima arte. Essa combinação invulgar de boa aparência, cultura e inteligência atraía algumas das mulheres mais bonitas do mundo. 

Em 2000, DiCaprio iniciou a relação mais longa da sua carreira de Don Juan, com a supermodelo brasileira Gisele Bündchen, então uma debutante com 19 anos. Durante meia década formaram o par mais vistoso das passadeiras vermelhas e apareciam frequentemente nos jogos dos L. A. Lakers. Detestavam a atenção dos media e tornou–se habitual esconderem-se atrás de bonés desportivos e óculos escuros.

Foi também nesse período que o ator iniciou uma parceria virtuosa com Martin Scorsese e produziu alguns dos seus melhores trabalhos para o grande ecrã: Gangues de Nova Iorque e Apanha-me se Puderes (de Steven Spielberg), em 2002; O Aviador, em que interpretou magistralmente o milionário Howard Hughes, em 2004; The Departed – Entre Inimigos e Diamante de Sangue, em 2006.

Paixão pelo ativismo

Mas precisamente por causa das suas vidas profissionais intensas, Gisele e Leo passavam pouco tempo juntos. A brasileira cansou-se e seguiu em frente. E ele também: nesse ano conheceu numa festa dada pelos U2 a modelo israelita Bar Refaeli. Juntos, chegaram a visitar o primeiro-ministro israelita para um encontro sobre a promoção das causas da paz e do ambiente. DiCaprio havia adquirido essa preocupação com Gisele Bündchen, que o levou a conhecer os índios Xingu na floresta do Mato Grosso.

O gosto pelo ativismo intensificou-se quando encontrou por acaso Al Gore num voo entre os Estados Unidos e a Europa e passaram a noite inteira a conversar sobre o aquecimento global e as alterações climáticas.

Hoje DiCaprio é um dos mais incansáveis defensores do ambiente: ao longo dos anos, a sua fundação já doou qualquer coisas como 30 milhões de dólares para causas como a proteção dos recifes de coral, a preservação de tigres no Nepal ou a criação de santuários no Pacífico; em 2014 juntou-se às 400 mil pessoas que marcharam nas ruas de Manhattan pelo clima; e intervém com frequência para apelar ao fim do uso de combustíveis fósseis e para alertar para os problemas levantados pelo aquecimento global.

Excesso de fartura

As suas perspetivas para o futuro parecem, de resto, pouco otimistas. No início de 2016 declarou à revista Rolling Stone: «Isto consome-me. Não há um par de horas no dia em que não pense nisto. É um fogo lento. Não se trata de ‘aliens que vão invadir o nosso planeta para a semana e nós temos de nos erguer e lutar para defender o nosso país’, mas é algo inevitável, e por isso é tão assustador».

Talvez para aliviar essas preocupações, o ator e ativista vai ‘colecionando’ relações com algumas das mulheres mais desejadas do planeta.

A Bar Refaeli seguiram-se a atriz Blake Lively – a primeira mulher que cozinhou para ele – e as modelos Anne Vyalitsyna, Erin Heatherton, Nina Agdal, Kelly Rohrbach e Toni Garrn. O namoro com a última, dizem as más-línguas, terá terminado quando DiCaprio saiu de uma discoteca na Florida na companhia de vinte raparigas.

O que tem falhado? Porquê tanta dificuldade em encontrar a mulher certa? Os fãs de Titanic acreditam que DiCaprio mantém acesa uma paixão nunca consumada por Kate Winslet. No ano passado foram vistos juntos na casa do ator em Saint-Tropez, de fato de banho, trocando gestos carinhosos, o que intensificou os rumores. Teriam finalmente assumido o romance? Nada disso. Winslet esclareceu que se tratou apenas de uma mistura de trabalho e amizade: graças ao encontro, conseguiram angariar mais de um milhão de dólares para a fundação. Até prova em contrário, a única paixão a que DiCaprio se mantém fiel é a causa ambiental e o futuro do planeta.