E-Toupeira. Paulo Gonçalves e Benfica acusados de corrupção no âmbito do processo

Em causa estão crimes de corrupção, recebimento indevido de vantagem, favorecimento pessoal e falsidade informática. 

Esta terça-feira, o Sport Lisboa e Benfica e o assessor jurídico da SAD do clube, Paulo Gonçalves, foram acusados de crimes de corrupção no âmbito do processo e-toupeira, adianta a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL).

De acordo com a informação disponível no site da PGDL, o Ministério Público (MP) "requereu o julgamento em tribunal colectivo por factos apurados no âmbito do inquérito referentes aos acessos ao sistema CITIUS". 

No processo e-Toupeira estão envolvidos quatro arguidos, entre eles dois funcionários judiciais, um colaborador de sociedade anónima desportiva, Paulo Gonçalves, e ainda uma pessoa coletiva – o Sport Lisboa e Benfica.

Em causa, segundo a PGDL, estarão crimes de corrupção ativa e passiva, a oferta ou recebimento indevido de vantagem, peculato, acesso indevido, violação do dever de sigilo e falsidade infomática. A PGDL indica que "ficou suficientemente indiciado que os arguidos com a qualidade de funcionários de justiça, pelo menos desde Março de 2017, acederam a processos-crime pendentes no DIAP de Lisboa e do Porto e em outros tribunais, transmitindo as informações relevantes ao arguido colaborador da SAD, fazendo-o de acordo com a solicitação do mesmo e em benefício da mesma sociedade".

Na nota publicada no site oficial, pode ainda ler-se que "tais processos tinham por objeto investigações da área do futebol ou de pessoas relacionadas com este meio, ou de clubes adversários, seus administradores ou colaboradores". 

A PGDL refere também, no mesmo documento, que as condutas "ocorreram designadamente, durante as épocas desportivas 2016/2017 e 2017/2018" e, portanto, "com estes comportamentos os arguidos puseram em risco a integridade do sistema informático da justiça, a probidade das funções públicas, os interesses da verdade e da lealdade desportiva e a integridade das investigações criminais". 

Recorde-se que a investigação está a ser conduzida pelo MP da secção distrital do DIAP de Lisboa, em colaboração com a Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária. 

Leia aqui o comunicado da PGDL na íntegra.