Comporta. Consórcio de Paula Amorim foi único a entregar proposta

A decisão final sobre os terrenos que pertenciam ao Grupo Espírito Santo está agendada para a próxima semana

O consórcio formado pelo fundo Vanguard Properties e pela Amorim Luxury, liderado pela empresária Paula Amorim, foi o único interessado a entregar uma proposta vinculativa para comprar a Herdade da Comporta, apurou o i.  Ontem terminava o prazo para a entrega das propostas, mas na próxima semana, dia 28, está marcada uma assembleia-geral de participantes do fundo imobiliário com o objetivo de votar a recomendação de adjudicação da proposta vencedora por parte da Gesfimo.

Este desfecho já estava previsto depois do consórcio que integrava a Oakvest, Portugália e Sabina ter desistido da corrida. A informação foi avançada na semana passada, mas nessa altura, garantiu que iria fazer valer “os seus direitos legais”. Este consórcio tinha sido escolhido como vencedor numa primeira fase do concurso, cujo resultado foi rejeitado num assembleia-geral (AG) em julho. Nessa reunião, a proposta foi rejeitada pelo voto combinado do Novo Banco e da Rioforte – os dois maiores participantes no fundo, já que juntos representam 74% das unidades de participação – a que se juntaram mais alguns participantes. Foi, entretanto, decidido avançar com um novo concurso. 

Na altura, justificaram a sua decisão com o objetivo de obrigar os interessados a apresentarem propostas vinculativas e provas de fundos financeiros que garantam a concretização dos seus propósitos, segundo várias notícias saídas na imprensa nacional. A decisão foi adiada para setembro.

A Herdade da Comporta – composta por mais de 12 500 hectares entre Alcácer do Sal e Grândola – era o retiro da família Espírito Santo, que a tinha comprado em 1987, e foi colocada à venda quando o Grupo Espírito Santo (GES) faliu.
A venda deste ativo é uma das formas de obtenção de receitas pelos curadores de insolvência, de forma a conseguirem arrecadar algum valor para os seus credores. É o caso, por exemplo, da Pharol e do BES “mau”.

A verdade é que o processo de venda da herdade tem sofrido vários avanços e recuos. A sua alienação recomeçou em setembro. Depois de uma tentativa falhada, os tribunais acabaram por autorizar o processo de venda, contornando assim a razão que anteriormente travou a operação: o arresto dos bens da família.

O empresário Pedro Almeida fez uma oferta, no verão passado, que não foi concluída porque o Ministério Público não levantou o arresto da Herdade da Comporta – à época, a avaliação era de 420 milhões de euros –, rejeitando a venda da propriedade por considerar que o processo não reunia condições de “isenção, transparência e objetividade”.