Operação Lava Jato volta a fazer buscas e apreensões em Lisboa

Em causa estava moradas associadas ao operador financeiro Ildeu de Miranda

Operação Lava Jato volta a fazer buscas e apreensões em Lisboa

As autoridades portuguesas, em colaboração com o Ministério Público Federal brasileiro, fizeram esta terça-feira buscas e apreensões em Portugal no âmbito da operação Lava Jato.

A operação foi motivada pelas moradas associadas ao operador financeiro Ildeu de Miranda na capital portuguesa. Segundo comunicado enviado pelo Ministério Público Federal, as buscas aconteceram na madrugada desta terça-feira e resultaram “de um pedido de cooperação internacional” das autoridades brasileiras às portuguesas.

Mário Ildeu de Miranda tinha sido alvo de um mandado de prisão e de outro de busca e apreensão em moradas que tinha no Brasil. Esta operação revelou o pagamento de subornos no valor de 56,5 milhões de dólares – perto de 50 milhões de euros – assim como a “obtenção fraudulenta de um contrato de mais de 825 milhões de dólares [quase 700 milhões de euros] firmado em 2010 pela Petrobras com a Construtora Norberto Odebrecht”.

“O Ministério Público de Portugal obteve autorização judicial e cumpriu hoje [terça-feira] cinco mandados de busca e apreensão em endereços em Lisboa, ligados ao operador Mário Ildeu de Miranda”, pode ainda ler-se no comunicado.

Segundo o procurador da República de Curitiba, Júlio Noronha, “a realização destas operações consolida uma nova perspetiva das investigações: vamos atrás das provas onde elas estiverem". "As fronteiras nacionais não impedem as investigações. Como as medidas cumpridas evidenciam, a realidade é que o Ministério Público Federal, com o auxílio de autoridades estrangeiras, hoje busca não apenas bens de valores mantidos no exterior, mas provas dos crimes cometidos no Brasil”, acrescentou.

Esta é a “54.ª fase da Operação Lava Jato, a segunda realiza no exterior”, reforçam as autoridades do Brasil, sendo que as duas operações realizada fora do Brasil ocorreram em Portugal.