Gerentes de supermercados portugueses libertados na Venezuela

Os proprietários continuam a ser obrigados a apresentar-se regularmente às autoridades

Os gerentes de supermercados portugueses e lusodescendentes que tinham sido detidos na Venezuela por aumento dos preços de forma especulativa foram esta quarta-feira libertados, avança a SIC Notícias.

No entanto, os proprietários continuam a ser obrigados a apresentar-se regularmente às autoridades.

O tribunal da Venezuela tinha decretado, a 22 de setembro, a prisão de sete portugueses e cinco lusodescendentes por terem impedido o abastecimento de produtos básicos e terem violado a lei que regula os preços. "Nós tínhamos um grupo de gerentes de supermercado que escondiam os produtos das pessoas e começaram a cobrar o que queria", explicou Nicolas Maduro, a 20 de setembro.

Desde então o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, tem vindo a entrar em contacto com o homólogo venezuelano, colocando linhas vermelhas diplomáticas sobre a questão. "Eu disse ao meu colega que para nós havia uma linha vermelha e que, evidentemente, não haver progressos na superação deste problema teria consequências nas relações bilaterais", disse o ministro.

A conversa foi "muito franca, mas muito dura", revelou Santos Silva. "Não se tratou de um encontro diplomático habitual."

Augusto Santos Silva considera que os portugueses e lusodescendentes foram detidos "por incumprimento de uma lei que é impossível de cumprir" e são "objeto de iniciativas da parte das autoridades venezuelanas que põem em perigo a sua subsistência".

"Não é possível exigir que estabelecimentos comerciais tenham produtos quando a cadeia de fornecimento não funciona e não é possível exigir que estabelecimentos cumpram preços tabelados administrativamente que são inferiores aos custos que os estabelecimentos têm na provisão desses bens", reforça o ministro dos Negócios Estrangeiros.