EUA. Assessora de Trump revela ter sido vítima de abuso sexual

Kellyane Conway revelou-o à CNN e diz ter “muita empatia pelas vítimas de abuso sexual, assédio e violações”

Com o juiz nomeado pela Casa Branca para o Supremo Tribunal de Justiça, Brett Kavanaugh, envolvido em acusações de assédio sexual durante a sua adolescência por três mulheres, uma assessora do presidente Donald Trump, Kellyane Conway, revelou à CNN que também foi vítima de abuso sexual. "Sou uma vítima de abuso sexual", disse, acrescentando sentir "muita empatia pelas vítimas de abuso sexual, assédio e violações". 

No entanto, Conway não deixou de afirmar a sua confiança no nomeado ao Supremo Tribunal, elogiando pelo meio a postura da Casa Branca e dos senadores republicanos no caso. "Não espero que Brett Kavanaugh ou alguém assuma as responsabilidades por abusos sexuais. Cada um tem de ser responsável pelo seu próprio comportamento", afirmou. 

O "Washington Post" avançou que a estratégia da Casa Branca e dos republicanos no caso das acusações de assédio sexual contra o juiz Kavanaugh passa por descredibilizar a primeira mulher que se chegou à frente nas denúncias contra o juiz, Christine Blasey Ford. Para isso, o líder da Comissão de Justiça do Senado, o republicano Chuck Grassley, escolheu a procuradora Rachel Mitchell, experiente em casos do género, para, em representação dos republicanos, interrogar Ford sobre o caso na sessão do Comité no final da semana passada. 

Para Trump, os democratas estão a tentar "destruir um homem maravilhoso com uma série de falsas alegações", reagiu durante a semana passada na rede social Twitter. O presidente dos Estados Unidos tem-se referido por várias vezes a conspirações democratas nos casos judiciais que afetam diretamente a sua administração, como é o caso da investigação do conselheiro especial Muller à interferência russa nas presidenciais de 2016. 

Entretanto, a imprensa norte-americana avançou que o FBI contatou a segunda mulher a acusar Kavanaugh de assédio sexual, Deborah Ramizez, enquanto excluiu a terceira, Julie Swetnick, revelou o "New York Times". O FBI irá conduzir a investigação durante uma semana até o Senado votar a nomeação de Kavanaugh para um dos órgãos soberanos mais importantes do país e cujas decisões se transformam em jurisprudência e leis. 

A abertura da investigação foi pedida pelo Senado e a Casa Branca apoiou o pedido.