OCDE. Economia portuguesa volta aos sinais de recuperação

A terceira subida mensal consecutiva, registada em agosto, veio interromper um ciclo de nove meses marcado pelas quedas

A economia portuguesa continua a dar sinais de aceleração do crescimento. De acordo com os dados de antevisão das principais alterações na atividade económica num prazo de seis a nove meses, divulgados pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE), depois das quedas, em agosto, o cenário voltou a melhorar. 

Na verdade, pode mesmo dizer-se que o índice compósito calculado pela OCDE se situou em 99,68 pontos em agosto, naquele que representa então o terceiro mês seguido de recuperação. Em maio, este índice para Portugal tinha atingido o nível mais baixo desde setembro de 2013, altura em que a economia portuguesa estava em recessão. Agora, a subida do mês de agosto mostram que a trajetória voltou a ser ascendente. Ainda assim, importa referir que o indicador continua a ficar abaixo dos 100 pontos, o limiar entre a aceleração e a desaceleração da economia. 

Contexto geral Além destes dados sobre Portugal, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) sublinha ainda que voltou a detetar sinais de desaceleração do crescimento económico nas grandes economias da União Europeia. A exceção foi dada à Alemanha, onde está previsto que a estabilidade seja a palavra de ordem.

“Persiste o abrandamento do crescimento para a Zona Euro como um todo, incluindo França, Itália e Reino Unido, enquanto na Alemanha o índice aponta para uma estabilização do crescimento”, refere o comunicado da OCDE.

Estas economias que são referidas pela OCDE demonstraram indicadores compósitos a situarem-se nos 99,6 pontos em agosto, menos uma décima do que em julho. Na Zona Euro, os indicadores também registaram uma queda em junho: baixaram 0,15 pontos para 99,6 pontos. Já nas sete maiores economias mundiais – França, o Canadá, o Japão, Alemanha, Itália, Reino Unido e EUA –, os indicadores desceram apenas meia décima para 99,8 pontos. 

A China merece destaque porque se manteve com sinais de estabilidade (com o indicador a aumentar nove centésimas para 99,16 pontos). 

As previsões de estabilidade estendem-se ainda a algumas economias emergentes como a Rússia, por exemplo. 

Maio faz disparar campainhas A economia portuguesa passou por uma fase de abrandamento que começou a levantar motivos para preocupações. Em maio, a OCDE destacava esta trajetória descendente no ritmo de crescimento e evidenciava que tinha atingido um pico mais forte. 

O índice compósito situou-se em 99,30 pontos no mês em questão. Mais: o resultado do mês de maio veio traduzir-se no nono mês consecutivo de quedas. Desde que Portugal começou a perder terreno, destacou-se a descida em termos homólogos: 1,44%.

Já no contexto geral podia dizer-se, nesta altura, que os países da OCDE apresentavam então um crescimento que podia ser considerado estável.