Suspeito de terrorismo admite ter comprado passaporte falso para entrar em Portugal

Abdessalam Tazi, de 64 anos, está preso há mais de um ano e meio na cadeia de alta segurança de Monsanto, e começou hoje a ser julgado no Tribunal de Aveiro por falsificação de documento e contrafação de moeda.

O cidadão marroquino que se encontra detido em Portugal há cerca de um ano e meio por suspeitas de terrorismo começou, esta terça-feira, a ser julgado no Tribunal de Aveiro por um crime de falsificação de documento e quatro de contrafação de moeda.

O arguido está em prisão preventiva no estabelecimento prisional de Monsanto, por se considerar que existe o perigo de fuga e de continuação da atividade criminosa. Recorde-se que Abdessalam Tazi chegou a estar acusado de vários crimes ligados ao terrorismo por, alegadamente, ter tentado recrutar em Portugal marroquinos para integrarem as fileiras do grupo terrorista Estado Islâmico.

No entanto, o juiz Ivo Rosa decidiu não levar o marroquino acusado de crimes de terrorismo a julgamento por tais ilícitos, considerando que em causa estão apenas um crime de falsificação de documentos e quatro crimes de contrafação de moeda.

No processo que começou esta terça-feira a ser julgado, o homem é suspeito de ter falsificado um passaporte e de ter fabricado quatro cartões de crédito falsos – que usou para financiar despesas com bens e serviços.

Perante o coletivo de juízes, o arguido admitiu ter, de facto, comprado um passaporte falso em Marrocos, tendo-o utilizado para conseguir entrar em Portugal, com o objetivo de obter o estatuto de refugiado. Além desse crime, adiantou ainda que já tinha feito o mesmo em outros países, escreve a TVI24.

Relativamente ao uso dos cartões de crédito, este assumiu ter utilizado um único cartão que se encontrava em seu nome, e revelou que já tinha sido julgado na Alemanha precisamente por factos iguais a este. Os outros cartões, disse Tazi em tribunal, foram usados por amigos que o acompanhavam.

O suspeito de terrorismo afirmou ainda que usavam estes cartões para comprar bens que eram depois enviados para Marrocos, com o propósito de serem vendidos, alegando que necessitava do dinheiro para “sobreviver”.