CTT investem 40 milhões na modernização da rede postal e distribuição

Estudo de modernização da rede esteve a cargo da consultora americana A.T. Kearney. Poupança poderá chegar aos 25 milhões em 2020

Os Correios vão investir 40 milhões de euros na modernização da operação postal e logística. Este plano de modernização e Investimento (PMI) vai estar em curso nos próximos dois anos. A ideia é simples: os CTT querem “reforçar a automatização da separação de correio, melhorar as condições de trabalho, reforçar a qualidade e modernizar a infraestrutura da rede de distribuição”. O objetivo de poupança poderá chegar aos 25 milhões de euros anuais em 2020. O i sabe que o estudo de modernização da rede esteve a cargo da consultora americana A.T. Kearney. 

 Para o presidente executivo da empresa, “o plano de modernização e investimento representa um investimento ímpar que prepara os CTT para o futuro. Estamos a modernizar uma infraestrutura que foi desenhada há 30 anos, para responder às novas exigências do setor postal, continuar a potenciar a qualidade e melhorar as condições de trabalho, reforçando o importante papel dos nossos carteiros como elo de ligação às comunidades locais. A nova vaga de mecanização, a nova organização da rede e o uso de ferramentas avançadas vai permitir melhorar a eficiência e eficácia da rede postal”, diz Francisco Lacerda.

 O investimento será aplicado em novas máquinas de separação de correio, na modernização da rede, na melhoria das condições dos centros de distribuição e dos equipamentos de trabalho. Tudo isto, segundo a empresa, “para adequar a rede a um novo perfil de tráfego, respondendo à queda do volume de correio e ao crescimento da área de expresso & encomendas, um reflexo da alteração do comportamento do consumidor e fruto da digitalização da economia e da sociedade”.

 Esta aposta “renova o compromisso da empresa com a qualidade e a proximidade às populações”. Os Correios contam atualmente com cerca de 2400 postos. 

Contestação A empresa liderada por Francisco Lacerda avançou ainda com uma contestação em relação à deliberação da Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) em relação aos parâmetros de qualidade de serviço e objetivos de desempenho aplicáveis à prestação do Serviço Postal Universal (SPU).

“Os CTT requereram a declaração de invalidade da decisão de 18 de julho do regulador, por via de ação arbitral e administrativa, considerando que esta decisão tem um caráter desproporcional e desadequado”, disse a empresa, lembrando que a decisão surge dois anos do fim do contrato de concessão vigente e num contexto de queda do tráfego postal e crescente digitalização da sociedade.

E as criticas não ficam por aqui. “Os objetivos agravados – em especial, incluindo seis indicadores de qualidade de serviço com objetivos de 99,9% – são também desajustados se considerarmos os erros inevitáveis dos processos manuais e automatizados de qualquer atividade, que prejudicam a exequibilidade de tais objetivos”.

A empresa lembra ainda que, as obrigações de qualidade de serviço do SPU representam uma alteração do paradigma vigente nos últimos 18 anos, sobretudo ao eliminar o indicador global de qualidade de serviço e, como tal, “impor um aumento do número de indicadores e objetivos de qualidade de serviço de 11 para 24, os CTT estão sujeitos a mecanismos de compensação em caso de incumprimento”.

Face a esta situação, os Correios garantem que, caso a decisão da Anacom não venha a ser considerada inválida, irá apresentar um pedido subsidiário de compensação no âmbito do contrato de concessão do SPU vigente até aquela data. “Este quadro regulatório vem afetar o equilíbrio financeiro da concessão, com uma estimativa de um encargo adicional de até 12 milhões de euros por ano nos dois anos até 2020 para que os CTT se consigam aproximar do cumprimento dos objetivos impostos”, refere.