Consórcio Vanguard Properties e Amorim Luxury chegou a acordo para comprar a Comporta

O consórcio que integrava a Oakvest, Portugália e Sabina desistiu da corrida em setembro

O Consórcio Vanguard Properties e Amorim Luxury chegou a acordo com a Gesfimo para a compra dos ativos imobiliários do Fundo da Herdade da Comporta. 

O contrato promessa de compra e venda com a sociedade gestora já foi celebrado na presença e nas instalações da Deloitte Consultores, entidade que supervisionou o processo concursal iniciado em 22 de agosto, e deverá ser submetido à apreciação da assembleia geral de participantes do Fundo proprietário. 

"O projeto que o consórcio se propõe desenvolver assenta na ligação virtuosa entre a Comunidade, o Mar e a Terra, garantindo um desenvolvimento sustentável de toda a região", lembra em comunicado.

Não é conhecido o valor da proposta do consórcio Amorim/Vanguard, mas no anterior concurso  a proposta de Claude Berda e Paula Amorim totalizava 147,4 milhões: 28 milhões em dinheiro e a assunção dos 119,4 milhões de dívida à CGD (à qual o fundo não paga juros há quatro anos). Este consórcio dizia que a proposta valia, na verdade, 156,4 milhões, porque não incluía os créditos do fundo sobre a DCR & HDC (avaliados em 8,2 milhões) nem os lotes das Casas da Encosta (avaliados em 852 mil euros). 

Recorde-se que o consórcio que integrava a Oakvest, Portugália e Sabina desistiram da corrida em setembro. Mas nessa altura, garantiu que iria fazer valer “os seus direitos legais”. Este consórcio tinha sido escolhido como vencedor numa primeira fase do concurso, cujo resultado foi rejeitado num assembleia-geral (AG) em julho. Nessa reunião, a proposta foi rejeitada pelo voto combinado do Novo Banco e da Rioforte – os dois maiores participantes no fundo, já que juntos representam 74% das unidades de participação – a que se juntaram mais alguns participantes. Foi, entretanto, decidido avançar com um novo concurso. 

Na altura, justificaram a sua decisão com o objetivo de obrigar os interessados a apresentarem propostas vinculativas e provas de fundos financeiros que garantam a concretização dos seus propósitos, segundo várias notícias saídas na imprensa nacional. A decisão foi adiada para setembro.

A Herdade da Comporta – composta por mais de 12 500 hectares entre Alcácer do Sal e Grândola – era o retiro da família Espírito Santo, que a tinha comprado em 1987, e foi colocada à venda quando o Grupo Espírito Santo (GES) faliu.
A venda deste ativo é uma das formas de obtenção de receitas pelos curadores de insolvência, de forma a conseguirem arrecadar algum valor para os seus credores. É o caso, por exemplo, da Pharol e do BES “mau”.

A verdade é que o processo de venda da herdade tem sofrido vários avanços e recuos. A sua alienação recomeçou em setembro. Depois de uma tentativa falhada, os tribunais acabaram por autorizar o processo de venda, contornando assim a razão que anteriormente travou a operação: o arresto dos bens da família.