Mercado televisivo on fire

Já tudo se escreveu sobre a Cristina Ferreira e a sua transferência para a SIC. 

Uma transferência à la Cristiano Ronaldo que ocupou páginas, conversas de café, páginas de jornais e blogues.
E as opiniões dividem-se claramente entre os que acham que fez bem, os que acham que fez mal, tudo é permitido e todos têm algo a dizer. Depois dela mais uns quantos nomes saltitaram de canal para canal dando seguimento a uma animação que promete trazer novidades… e todas a favor do telespetador.
Esta semana mais uma novidade com Maria Cerqueira Gomes a saltar para a TVI. 
Desde logo uma mulher do Norte (havendo esta partilha de adn comigo há uma enorme simpatia e empatia que me toldam desde logo o raciocínio) que promete arrasar e trazer uma frescura ao day time. 
Mas mais do que elogiar a Maria e o potencial que acredito que ela tem e que o futuro assim comprovará, quero analisar a jogada estratégica da TVI para mais uma vez a enquadrar na forma como as marcas evoluem e reagem ao mundo que as rodeia. 

Parece-me uma jogada de mestre depois de alguém tão marcante a carismático sair da TVI que a escolha recaia sobre alguém fora da ‘casa’ e do universo da estação. Alguém com sangue novo e que facilmente fugirá às comparações porque estará claramente a escrever uma nova história.

Não cair na tentação do ‘mais do mesmo’, da segurança e de uma certa continuidade e ter a capacidade de arriscar é fundamental numa marca como a TVI que se assume como líder e pioneira. Ter visão e conseguir dar a volta a uma saída de peso é fundamental para que se continue a ter espetadores fiéis e curiosos sobre o futuro.
A Maria alimenta essa curiosidade. Muitos conhecem-na mal, muitos não veem o Porto Canal e vão querer ver o que faz a ‘nova miúda do Porto’. Foi essa mesma curiosidade que segundo o próprio Manuel Luís Goucha interferiu na escolha da substituta de Cristina, tendo as redes sociais assumido um papel fundamental no rumo da própria estação.

Um insight muito interessante nesta era dominada pelas redes sociais e pelo imediato. Há de facto um poder maior do público e que acaba por ditar também a estratégia das marcas, que vivem e ouvem cada vez mais o seu consumidor /fã (até porque não o fazer pode ter consequências desastrosas para a marca). 
Maria e Manuel estão agora nas bocas do mundo como está Cristina e tudo o que vier a fazer na sua nova casa. E tudo isto numa era tão digital e virtual dá-nos uma certeza: que a televisão está viva e recomenda-se. Resta agora saber se as audiências e se o feedback do público vão acompanhar esta onda de entusiasmo.
Que venha daí a chuva e o frio que nós cá estaremos em frente à TV a ver tudo muito atentamente….e seguramente a comentar minuto a minuto no nosso feed. 

*Diretora Criativa Havas Sports & Entertainment