“Estamos no pior que existe em política, que é o engano às pessoas”

Ex-ministra falou sobre o atual panorama político português ontem no programa de comentário da TVI24

Ontem, durante o programa 21.ª Hora da TVI24, Manuela Ferreira Leite comentou o atual panorama político em Portugal. No programa a ex-ministra disse que os portugueses só votam no PS "se gostam de ser enganados" e que "só é enganado quem quer".

"O país precisa de um PSD e precisa de um PSD forte, que traga para a discussão a resolução de problemas de seriedade, honestidade e verdade para os eleitores, que estão a ser enganados, eleitores que só votam no Partido Socialista se gostam de ser enganados", afirmou.

Sobre as recentes promessas do governo em aumentar o número de comboios e de estações de metro, a comentadora referiu que era do tempo em que "quando se entrava em campanha eleitoral entrava-se na fase das inaugurações, o que de alguma forma tinha algum sentido, porque as pessoas estavam num mandato e queriam mostrar que eram eles que tinham feitos as obras. Depois passou-se à fase do lançamento da primeira pedra, agora entrou-se numa fase diferente. Não há inaugurações nem primeiras pedras, há declarações, assinaturas de acordos de entendimento para abertura de concursos que levem à assinatura de contratos, ou seja, não há nada. (…) Como se tivessem alguma hipótese de sequer lançar a primeira pedra. Estamos no pior que existe em política, que é o engano às pessoas. Mas vamos admitir a hipótese de que isto é verdade e que vamos fazer estas coisas todas, ou vão aumentar os impostos ou vai aumentar a dívida".

A comentadora falou ainda sobre a sugestão do ministro do Ensino Superior em acabar com as propinas. Para a antiga ministra, o PSD foi o "único partido que teve uma posição séria", acrescentado que esta matéria é mais uma situação que demonstra que "o Partido Socialista está a dar cabo do estado social, como está a dar na saúde".

"Quando se diz que alguma coisa passa a gratuito, e acontece que o Ensino Superior custa muito dinheiro, alguém paga. Eu e penso que a maioria das pessoas, não se importa de pagar impostos para aqueles que não podem pagar as propinas dos filhos. (…) Mas não estou na disposição de pagar propinas dos filhos daqueles que são mais ricos do que eu, que é que o acontece se for gratuito para toda a gente, portanto, não pode ser gratuito para toda a gente", completou.