Sociedade de Sexologia Clínica condena tratamentos para curar homossexualidade

Na sequência da reportagem da TVI, a SPSC reforça que os profissionais devem “promover a adequação e diminuir o sofrimento pessoal, caso exista, de quem apresenta uma orientação homo ou bissexual”

Sociedade de Sexologia Clínica condena tratamentos para curar homossexualidade

A Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica (SPSC) reagiu à reportagem da TVI sobre as terapias de reorientação ou reconversão sexual lembrando que quer a Organização Mundial de Saúde, quer a Associação Americana de Psiquiatria já consideraram que “a orientação sexual não heterossexual não é uma doença, perturbação ou síndrome clínico”.

“Não faz, portanto, sentido que técnicos de saúde mental, ou outros, usem para tratar a orientação sexual técnicas e procedimentos terapêuticos que visam melhorar a vida das pessoas e não servir convicções pessoais de cariz moral”, afirma em comunicado enviado ao i.

A SPSC recorda ainda que muitas das pessoas com orientação sexual não heterossexual sofrem muitas vezes de discriminações, exclusão, violência e bullying, causando sofrimento psicológico. “Promover a adequação e diminuir o sofrimento pessoal, caso exista, de quem apresenta uma orientação homo ou bissexual, requer a mobilização de agentes educativos, cidadãos e técnicos para a luta por uma sociedade mais justa, não discriminatória e não homofóbica”.

“Em termos especificamente profissionais, os técnicos de Sexologia, Terapia Sexual e Saúde Mental, quando procurados, podem recorrer aos procedimentos adequados para ajudar as pessoas não heterossexuais a viver de forma adaptativa de acordo com a sua orientação sexual. Importante é salientar que caso um profissional de saúde mental não se sinta capacitado para intervir de acordo com as orientações clínicas e éticas internacionais, por dificuldades pessoais em face da situação ou falta de formação adequada, é seu dever encaminhar quem o procura para os serviços, técnicos ou associações que o podem fazer pois a intervenção psicoterapêutica deve orientar-se por modelos de intervenção empiricamente validados que promovam o bem-estar e ajustamento psicológico”, acrescentam.

Ao longo da reportagem, assinada pela jornalista Ana Leal, são transmitidas imagens que demonstram as sessões que decorrem em consultórios privados, mas também em igrejas, o objetivo é “salvar almas perdidas”.

Maria José Vilaça psicóloga e presidente da Associação de Psicólogos Católicos surge na reportagem da estação de Queluz durante uma terapia individual de conversão. A psicóloga chega mesmo a dizer que a homossexualidade é como a “bipolaridade”, sendo que existe uma fase maníaca, em que a pessoa sente que é homossexual, e uma fase normal, em que volta a sentir o que era.