Missão portuguesa na República Centro-Africana é a “mais arriscada” desde o Ultramar

“Muito embora seja uma missão de risco, é uma missão que tem um propósito humanitário fundamental”

"Esta é, como eu tenho referido, a missão mais arriscada que as Forças Armadas portuguesas realizaram desde o fim o da guerra do Ultramar" disse, esta sexta-feira, o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA), almirante Silva Ribeiro.

Durante o almoço-debate promovido pelo International Club of Portugal, o CEMGFA reforçou que a missão é “importantíssima” e “extremamente exigente”, acrescentando que “tem sido objeto de grande atenção e de grande relevo, mesmo no quadro daquilo que são as missões das Nações Unidas”.

Sobre as tropas portuguesas que estão no terreno, e que pertencem à força aérea e ao exército, Silva Ribeiro destacou que se trata de “força de reação imediata” que é “altamente preparada, muito bem equipada, muito bem treinada, tem tido um desempenho operacional extraordinário, que tem recebido os maiores elogios de todos os responsáveis políticos e militares da República Centro-Africana e, evidentemente, é uma missão que exige grande atenção”.

"Muito embora seja uma missão de risco, é uma missão que tem um propósito humanitário fundamental", reforçou o CEMGFA. Para Silva Ribeiro a presença de Portugal no conflito armado "demonstra bem a capacidade, a solidariedade de Portugal e dos portugueses que têm os seus filhos nessas operações, e de todo o país para com uma população martirizada e muito sacrificada da República Centro-Africana".

Durante a intervenção, Silva Ribeiro explicou ainda que desde a passada quinta-feira, a tropa portuguesa está “estado empenhada em ações de grande complexidade, de grande risco”, e “tudo tem corrido bem até agora”.

"Nós monitorizamos passo a passo tudo o que se passa na República-Centro Africana, e periodicamente fazemos reuniões, como fizemos ontem [quinta-feira] de avaliação para a tomada de decisão sobre que meios é que eles precisam para manterem o diferencial tecnológico para que consigam ter superioridade relativamente aos grupos armados que têm de enfrentar no quadro daquilo que são as orientações e as missões que as Nações Unidas nos determinam", acrescentou.