Altice. “Procura expressiva” no programa de saídas

Inscrições terminaram na segunda, mas operadora alargou programa Pessoa aos trabalhadores que passaram para outras empresas do grupo

O programa Pessoa – programa de saídas voluntárias dirigido aos trabalhadores da operadora com mais de 50 anos, onde existem atualmente dois mil trabalhadores desta faixa etária – terminou na segunda-feira, mas acabou ser alargado aos trabalhadores transmitidos, ou seja, para colaboradores que passaram para outras empresas do grupo. “A administração da Altice Portugal deferiu a admissibilidade às candidaturas ao programa Pessoa aos trabalhadores transmitidos, garantindo aos mesmos condições idênticas às dos colaboradores da Altice Portugal que adiram ao programa, postura que aliás a Altice Portugal já adotava em relação a outros benefícios, como é o caso dos benefícios em comunicações”, revelou ao i, a operadora. 

Ainda não está fechado o número de trabalhadores que aderiram a este programa de saídas, mas ao i, fonte da empresa fala em “procura expressiva”. Tal como o SOL avançou, em dois dias tinham aderido cerca de 500 colaboradores. Caberá agora à empresa avaliar as inscrições de acordo com critérios de indispensabilidade de cada colaborador de acordo com as funções que hoje executa. O dossiê só estará fechado no final do mês. “Registámos um número expressivo e que superou a expectativa da Altice Portugal, o que apenas revela que condições deste programa eram muito positivas para os colaboradores, confirmando aposta da empresa nos trabalhadores e o compromisso com a gestão responsável de recursos humanos”, salienta.

O programa funciona em duas modalidades: suspensão de contrato de trabalho para colaboradores entre os 50 e os 55 anos de idade, em que receberão 100% do vencimento-base e diuturnidades, acrescidos de 50% de outras rubricas remuneratórias. Outra hipótese é os trabalhadores aderirem à pré-reforma. Neste caso destina-se a trabalhadores com mais de 55 anos de idade, que recebem 80% do valor correspondente à suspensão de contrato de trabalho.

De acordo com a empresa, os trabalhadores que aderirem a este programa continuam a beneficiar do plano de saúde e dos descontos nos pacotes de comunicações – hoje beneficiam de um desconto de 60% sobre o pacote-base. 

Para a operadora, este alargamento do programa aos trabalhadores transmitidos, representa “mais uma prova do contexto sereno, de transparência e boa vontade que tem acompanhado as negociações e relação entre as partes e vincando de forma clara o principio da igualdade de oportunidades que desde há muito defende, apesar de relativamente ao tema em apreço não haveria qualquer exigência para que tal acontecesse”, acrescentando que é “uma decisão que deixa clara a aposta na estabilidade e paz social interna”. 

Um programa que recebeu o aplauso do Sindicato dos Trabalhadores do Grupo Portugal Telecom (STPT) ao garantir que via “com agrado” esta iniciativa, lembrando que tal prática “foi durante muito tempo aplicada na empresa, como forma de adequar o número de trabalhadores às necessidades do negócio, evitando recorrer a medidas agressivas de redução de efetivos (despedimentos coletivos) e permitir, por outro lado, o refrescamento dos recursos humanos ao serviço da empresa, abrindo a porta a novas admissões de jovens à procura do primeiro emprego”.

Em aberto continuam as rescisões por mútuo acordo ou por iniciativa do colaborador ou da empresa.