Montepio. Dulce Mota como solução interna e temporária para CEO

Carlos Tavares fica como chairman do banco e está em negociações com o regulador para acumular o cargo como presidente do Banco de Empresas Montepio (BEM). 

Dulce Mota, atual vice-presidente do Banco Montepio deverá assumir a presidência da instituição financeira depois do nome de João Ermida não ter convencido o Banco de Portugal. Mas o i apurou que esta será uma solução interna e temporária até ser encontrada uma outra alternativa, resolvendo assim o problema de acumulação de cargos, uma vez que, Carlos Tavares passará para charmain do banco. 

A ideia de Carlos Tavares acumular os dois cargos surgiu depois de o Banco de Portugal ter recusado o nome de Nuno Mota Pinto para o lugar de CEO, mantendo-o, no entanto, na lista de órgãos sociais, onde desempenha a função de administrador executivo. O supervisor justificou com a falta de experiência na administração de bancos de retalho. Nuno Mota Pinto foi administrador do Banco Mundial.

O i sabe que esta nomeação de Dulce Mota, mesmo sendo temporária poderá arrastar-se porque o problema estava em Carlos Tavares acumular as duas funções, uma situação que desta forma fica resolvida. E em última análise e, no caso da Associação Mutualista não encontrar um substituto, poderá mesmo Dulce Mota assumir essas funções de forma permanente. 

Tal como o SOL avançou, em dezembro, a ex- CEO do ActivoBan iria para o Montepio em janeiro. Esta nomeação foi acompanhada por outras pessoas da confiança de Carlos Tavares para a administração da instituição financeira: Leandro Silva e Carlos Alves. 

Mas as alterações não ficam por aqui. O i sabe que Carlos Tavares está em negociações com o Banco de Portugal para a acumular o cargo de charmain com o de presidente executivo do Banco de Empresas Montepio (BEM) que veio substituir o atual Montepio Investimento, que ficou com a licença do Finibanco após a aquisição de 2010. 

Nome polémico

Tal como i já tinha avançado, o nome de João Ermida para assumir a presidência estava a ser alvo de forte resistência por parte do regulador. O i sabe que, esta escolha terá partido de Carlos Tavares. Os dois conheceram-se no Santander Totta, quando Ermida era chefe de tesouraria, cargo que ocupou até 2003, e Tavares era administrador da instituição financeira. 

No entanto, Tomás Correia chegou a admitir que este foi um dos nomes discutidos entre os dois responsáveis e foi entretanto aprovado em reunião de assembleia-geral a 27 de dezembro, onde estiveram presentes três administradores. 
Ermida era um dos rostos da Sartorial, grupo financeiro dedicado à gestão de ativos e ao aconselhamento global de investimentos. Em 2011 chegou a acordo com António Godinho – um dos principais opositores de Tomás Correia – administrador da One Biz, para a aquisição da Exchange (marca de franchise de lojas de intermediação financeira de créditos), a Accive (corretora de seguros) e a NBB (empresa de consultoria de compra e venda de PME). Com este negócio – avaliado, na altura, em 2,8 milhões de euros – Godinho entra na administração executiva da Sartorial. O grupo perdeu cerca de quatro milhões em termos de capitais próprios em menos de quatro anos.

Face a estes resultados o grupo financeiro deixou de reportar contas ao Banco de Portugal desde o terceiro trimestre de 2013. Isto porque o capital mínimo requerido pelo regulador para uma sociedade de corretagem ter licença para operar no mercado nacional é de 3,5 milhões de euros. Em setembro de 2015, a licença da Sartorial foi revogada.