Cristas apela a penalização nas urnas de PS e governo

CDS pede voto de quem “não se conforma com as esquerdas unidas” 

A presidente do CDS, Assunção Cristas, aproveitou a convenção europeia do partido para lembrar que “há alternativa” aos partidos de esquerda. 

Num ano marcado por três eleições, Assunção Cristas apelou ontem no CCB à mobilização dos apoiantes do partido e de quem opta pela abstenção e que “não se conformam com as esquerdas unidas” para que votem contra o PS e contra o governo. “É preciso votar nestas eleições”, frisou a presidente dos centristas, “pelo que significam por si”, mas também “pela força de mostrar que há outra visão e que há uma alternativa à maioria de esquerda dominante em Portugal”. 

Também o cabeça de lista do CDS para as eleições marcadas para 26 de maio, Nuno Melo, apelou ao voto atirando ainda uma farpa ao PSD. Nuno Melo aproveitou o discurso no CCB – com cerca de 50 minutos – para traçar uma diferença entre si e o cabeça de lista do PSD, Paulo Rangel. O centrista garante que, ao contrário do PSD, um voto no seu partido, seja nas europeias ou nas legislativas nunca “servirá para validar este governo socialista”. Nuno Melo assegura, por exemplo, que o CDS “não se sentaria à mesa” com o governo como fez o PSD para desenhar o processo de descentralização das competências do Estado para as câmaras, que, agora, as “autarquias não querem”. 

Sobre Pedro Marques, o “aparentemente candidato” do PS às europeias, Nuno Melo rotulou-o de “ministro do desinvestimento” associando-o ao governo de José Sócrates e “ao grupo de pessoas que levou o país à falência. Entre 2005 e 2011, nos dois governos de Sócrates, Pedro Marques desempenhou funções como secretário de Estado da Segurança Social. “Foi ministro dos PEC até à bancarrota final e hoje é o ministro do desinvestimento”, considera Nuno Melo. 

Contra impostos europeus

Além das criticas aos candidatos dos outros partidos e do apelo ao voto, tanto Assunção Cristas como Nuno Melo voltaram a defender que Portugal deve ‘chumbar’ novos impostos europeus. “Não abrimos mão do nosso direito de veto” e “não aceitamos que outros ponham impostos nas nossas costas”, afirmou Cristas, repetindo os argumentos que usou no último debate quinzenal, que decorreu na semana passada. 

Como meta para as europeias, o CDS quer recuperar nos resultados e voltar a eleger dois eurodeputados, como aconteceu em 2009.