CTT. Lacerda diz que Correios “não abandonaram as populações”

“Os pressupostos que se baseiam estas propostas de reverter a privatização não correspondem à realidade que se vive nos CTT”, diz CEO.

O presidente dos CTT acredita que as propostas do Bloco de Esquerda e do PCP, de voltar a nacionalizar a empresa, não vão avançar. A garantia foi dada por Francisco Lacerda no programa “Tudo É Economia”. E justifica. O CEO revelou que não só os Correios não abandonaram as populações, garantindo que “o que mudou foi a forma como servem a população”, como cumprem a qualidade de serviço que são obrigados pelo contrato de concessão que termina em dezembro de 2020. Francisco Lacerda mostra-se mesmo otimista em relação à renovação da concessão.

“Os pressupostos que se baseiam estas propostas de reverter a privatização não correspondem à realidade que se vive nos CTT”, lembrando que, a forma como o serviço público universal é prestado “é regulado e fiscalizado”.

Ainda assim, o responsável critica as alterações que têm sido feitas nos últimos dois anos por parte do regulador em matéria de critérios a cumprir. “Temos um contrato de concessão de 20 anos e nos últimos dois anos houve um agravamento de critérios por parte da Anacom”. Umas alterações que levaram a empresa a impugnar. “Passámos de 11 para 24 indicadores de qualidade, em que alguns deles têm exigências de 99,9%, o que não permite o erro humano, mas a nossa atividade baseia-se em carteiros”, diz Lacerda no mesmo programa.

Distribuição de dividendos alterados

Ao contrário do que acontecia em anos anteriores, em que os dividendos distribuídos eram superiores aos lucros – de 2013 a 2017, a empresa lucrou 299,8 milhões e distribuiu 325,5 milhões de euros – o CEO dos Correios garantiu que a política de distribuição de dividendos foi alterada e justificou a prática anterior com “a estrutura financeira que permitia essa política e que foi com essa política que os CTT se apresentaram ao mercado”. E lembrou que essa prática era comum junto de outras empresas.

Mas afirmou que essa distribuição não pôs em causa a capacidade de investimento que foi feito de acordo com as necessidades da empresa. Um desses exemplos diz respeito à aposta na modernização da empresa, que exigiu um investimento de 40 milhões de euros.