Polícia da Florida detém aluno de 11 anos após recusar jurar lealdade à bandeira

A criança é acusada de perturbar o funcionamento da escola e resistir à polícia sem violência. A família e vários grupos de defesa dos direitos civis acusam a polícia e a escola de reagir excessivamente

Um estudante do sexto ano de Lakeland, na Florida, foi detido este mês, depois de se recusar a fazer o juramento de lealdade à bandeira, efetuado no ínicio das aulas em muitas escolas dos EUA. O rapaz de 11 anos terá discutido com uma professora substituta, que o queria obrigar a levantar-se e a recitá-lo. O rapaz disse à professora que acreditava que o juramento de lealdade representava o racismo.

No seu testemunho, a professora diz ter questionado: “Se é assim tão mau aqui porque é que ele não ia para outro país”. Ao que o aluno terá respondido: “Eles trouxeram-me para aqui”. A professora terá respondido para o rapaz “voltar para onde veio”, ao que este ripostou chamando-lhe racista.

O caso tem causado consternação entre grupos de defesa das liberdades civis, que consideram a detenção da criança uma reação excessiva por parte da polícia e da escola. O rapaz é acusado de perturbar o funcionamento da escola e resistir à polícia sem violência. 

Entretanto, esta terça-feira, o procurador Brian Hass, encarregue dos casos em Lakeland, disse que não iria prosseguir com as acusações contra o menor. “O caso está fechado”, declarou Haas. No entanto, o caso ainda continuará aberto porque a mãe do rapaz, Dhakira Talbot, recusou a oferta do procurador de resolver o caso aplicando uma multa e serviço comunitário ao rapaz. 

“Quero que as queixas sejam retiradas e a escola seja responsabilizada”, afirmou Talbot à CNN, acrescentando: “O meu filho nunca passou por algo como isto, e eles [polícia de Lakeland] deveriam ter lidado com o assunto de modo diferente”. A direção da escola já disse em comunicado que o professora terá sido despedida, e não poderá voltar a ensinar no distrito.