Subida de rating levou Portugal a poupar mais 1270 milhões em juros

António Costa defende que é preciso fazer mais e quer que Portugal cresça acima da UE “pelo menos por uma década”.

A subida do rating do país levou o Estado a poupar 1270 milhões de euros com as emissões de dívida desde setembro de 2017, altura em que Portugal voltou a ter uma notação de investimento. As contas são do ministro das Finanças depois de ter sido revelado, na sexta-feira, que a Standard & Poors (S&P) subiu a nota atribuída a Portugal de ‘BBB-‘ para ‘BBB’, dois níveis acima do grau de investimento especulativo, atribuindo-lhe uma perspetiva estável.

Para Mário Centeno, esta melhoria “reflete o reconhecimento de transformações estruturais na economia e terá impacto direto nos custos de financiamento das famílias, empresas e Estado”, acrescentando que “contribui para reforçar a confiança dos investidores e a credibilidade externa de Portugal, com impacto direto nos custos de financiamento das famílias das empresas e do Estado”.

Face a este cenário de poupança, o governante lembra que isso contribui para aumentar o rendimento disponível para aumentar o investimento na formação e nas empresas. “O Estado com certeza beneficia porque os 1200 milhões de euros que pagámos a menos em juros nas emissões desde setembro de 2017 beneficiam o Orçamento do Estado no que é o aumento da despesa em saúde, em educação, nos transportes”, revelou Centeno.

Também para o Presidente da República, esta decisão reflete o “percurso rápido e bom” que o país está a fazer, o que levou uma agência de rating a subir a notação de Portugal dois níveis. “Esta subida quer dizer que se reconhece, nos mercados financeiros, a evolução portuguesa”, diz Marcelo Rebelo de Sousa, lembrando ainda que “os juros da dívida portuguesa aproximam-se dos juros da dívida espanhola e distanciam-se dos italianos”.

Já a coordenadora do BE defendeu mais investimento público e melhoria de salários e pensões para “fazer o resto” que falta, após três anos e meio de legislatura do governo minoritário socialista.

 

Crescer acima da média

Apesar das “boas notícias” da agência de rating, António Costa, defendeu, em Dusseldorf, na Alemanha, que as metas de crescimento económico acima da média europeia têm que ser ambiciosas e acrescentou que, “felizmente, têm sido alcançadas”. O primeiro-ministro lembrou ainda que “desde o FMI [Fundo Monetário Internacional] às agências de ‘rating’, à Comissão Europeia e até alguma direita dizem que Portugal é grande exemplo de sucesso”. Esta é a resposta do primeiro-ministro às afirmações do líder do PSD, Rui Rio, ao defender, no sábado, que o executivo “não teve uma política sustentada de crescimento económico”.

“Portugal a crescer acima da União Europeia queremos todos. Outra coisa é termos uma política económica que sustente uma afirmação dessas. Para isso, temos de ter uma política sustentada de crescimento económico, necessariamente apostada nas exportações e no investimento”, afirmou Rui Rio na Maia, à margem do fórum distrital autárquico do Porto.