Os finlandeses contrariam a tendência e são o povo mais feliz do mundo, numa altura em que os níveis de infelicidade mundiais estão a aumentar. Estes são os dados do Relatório Mundial sobre a Felicidade realizado pela Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.
De 156 países analisados a Finlândia volta a ser a nação com a população mais feliz. Já Portugal encontra-se na 66.ª posição, bem acima do 77.º lugar que ocupava no último ano.
O relatório elaborado pelos economistas John F. Helliwell, Richard Layard e Jeffrey D. Sachs, mostra que os níveis de felicidade estão a diminuir pelo mundo inteiro, apesar do crescimento económico que se tem verificado. Desta forma, prova-se que a receita para a felicidade não reside somente na estabilidade financeira, mas resulta do equilíbrio de várias variáveis.
A riqueza económica, a expectativa de vida, o apoio social, a liberdade para fazer escolhas de vida e os níveis de corrupção governamental, são alguns dos fatores em que este índice se baseia.
Com este relatório provou-se ainda que outros países nórdicos, como a Dinamarca, a Noruega e a Islândia se encontram nos lugares cimeiros deste 'ranking', assim como a Holanda, a Suíça, a Suécia, a Nova Zelândia, o Canadá e a Áustria.
Já os Estados Unidos caíram uma posição, do 18º para o 19º lugar, apesar da expansão económica dos últimos anos.
"A tendência mundial de um declínio considerável na felicidade média, apesar do crescimento geral do PIB per capita, é prova de que medir a felicidade e a satisfação com a vida em termos de riqueza económica não é suficiente", afirmou o diretor-executivo da agência Happiness Research Institute, de Copenhaga, Meik Wiking, que participou neste relatório.
"A divisão entre ricos e pobres também cria uma erosão da coesão e da confiança entre as pessoas, que é tão vital para a sensação de segurança e, portanto, para o nível geral de felicidade do povo americano", declarou ainda o especialista.
Por outro lado, outros países, incluindo Portugal, mostraram um acrescento de participação em ações de solidariedade e de voluntariado, o que ajuda a compreender a evolução do país do 77.º lugar para o 66.º lugar.
Apesar de não ser o único, o desenvolvimento económico também continua a ter um papel relevante no índice. Países com graves crises como O Afeganistão e a República Centro-Africana encontram-se nos lugares mais baixos do índice de felicidade, sendo que o Sudão do Sul é o país menos feliz do mundo.