Governo avalia repatriamento de três mulheres e 20 crianças da Síria

O regresso de mulheres e crianças portuguesas que vivem em centros de detenção para jihadistas está a ser ponderado. Oficialmente, o Ministério dos Negócios Estrangeiros reconhece a “situação díficil” em que vivem algumas portuguesas que estiveram associadas ao Estado Islâmico. Para já só admite que o processo requer tempo e ponderação.

O Governo português estará a avaliar as condições de repatriamento de três mulheres e cerca de 20 crianças portuguesas, detidas em três centros de detenção para pessoas ligadas ao Estado Islâmico, na Síria.

A informação foi avançada pelo Expresso, mas o Ministério dos Negócios Estrangeiros não adianta, para já, mais pormenores. Contacto pelo jornal i, o ministério reconhece a situação difícil dessas portuguesas: "O Ministério dos Negócios Estrangeiros tem conhecimento da situação difícil em que se encontram algumas nacionais portuguesas que estiveram de alguma forma associadas ao denominado Estado Islâmico. Essa situação coloca problemas relevantes e sensíveis de segurança nacional e a sua ponderação requer tempo e implica vários serviços do Estado português".

O Governo não assume que está a preparar o repatriamento, mas admite que o caso implica "ponderação" e "tempo".

Questionado pelo i sobre a cooperação do Estado português com organizações não governamentais para concretizar esse repatriamento, a tutela liderada por Augusto Santos Silva é mais uma vez cautelosa, sem nunca desmentir que exista uma cooperação em curso. "Não é possível acrescentar mais elementos sob pena de pôr em questão as ações em curso", frisou ao i fonte oficial do MNE.

De realçar que o tema não é pacífico na Europa e existem diferentes decisões sobre o regresso de cidadãos europeus que optaram, de livre vontade, juntar-se ao grupo terrorista.