Coreia do Norte volta a disparar mísseis balísticos

Pyongyang tem mostrado crescente impaciência nas negociações com os EUA.

A Coreia do Norte voltou, na quarta-feira, a disparar mais dois mísseis balísticos de curto alcance, revelaram os militares sul-coreanos. É o segundo lançamento de mísseis em apenas cinco dias. O primeiro míssil voou 420 km, o segundo 270. Foram ambos disparados nas proximidades da cidade de Kusong, a 160 km da capital norte-coreana. Não se sabe quais os mísseis disparados, com os sul-coreanos a avançar estarem a trabalhar com autoridades norte-americanas para apurarem os pormenores.

“Os militares sul-coreanos reforçaram a vigilância caso haja mais lançamentos de mísseis norte–coreanos e mantêm prontidão total na cooperação com os Estados Unidos”, afirmou um militar sul-coreano à norte-americana CNBC.

Os mísseis disparados no sábado, dizem analistas referidos pelo Guardian, parecem ser uma cópia de um novo modelo de míssil russo, o Iskander. A ser assim, isso significa que Pyong-yang tem desenvolvido secretamente novos mísseis, porventura mais poderosos.

O momento dos disparos não foi fortuito. Aconteceu horas depois de o representante especial dos Estados Unidos, Stephen Biegun, aterrar em Seul, capital da Coreia do Sul. As negociações entre Washington e Pyongyang têm vivido nos últimos meses um profundo impasse, mesmo depois de duas cimeiras entre o Presidente norte-americano, Donald Trump, e o líder norte–coreano, Kim Jong-un.

Neste contexto, o disparo dos mísseis pode ser uma estratégia de Pyongyang para desbloquear as negociações, pois o regime norte-coreano tem dado vários sinais de crescente frustração; mas também para pressionar a Coreia do Sul a dar passos para aproximar relações e recusar as pressões norte-americanas.