CTT oficializam novo presidente. João Bento assume liderança dia 22

Correios confirmaram esta segunda-feira o nome que já tinha sido avançado pelo SOL na sexta-feira. Restantes elementos da administração mantém-se.

Os CTT oficializaram o nome de João Bento para assumir a liderança da empresa, confirmando assim o nome que tinha sido avançado pelo SOL na sexta-feira. O novo CEO dos Correios, até aqui administrador não Executivo, vai assumir a pasta no dia 22 de maio, na sequência da renúncia por parte de Francisco Lacerda.  

A partir daí, João Bento “deixará de exercer qualquer função no grupo Manuel Champalimaud”, antiga Gestmin e a principal acionista da empresa com 12,58% das ações. Os restantes quatro membros da Comissão Executiva dos CTT mantêm-se “em funções”, revelou em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Tal como i avançou esta segunda-feira caberá ao novo presidente da empresa manter o plano estratégico aprovado para este mandato, assim como lidar com o regulador, cuja relação tem estado debaixo de fogo com Francisco Lacerda, e negociar com o Governo o prazo de concessão, que está em vigor até 2020. 

Recorde-se que os partidos de esquerda entregaram projetos de resolução no Parlamento para que fosse levada a cabo uma reversão da privatização e nacionalização da empresa que assegura a distribuição de correio pelo país – um cenário que foi afastado pelo PS, que quer esperar até 2020 para avaliar a possibilidade de nacionalização da empresa. No entanto, o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, disse recentemente no Parlamento que não afasta a hipótese de reversão da privatização da empresa feita em 2014. “O Governo não exclui, neste momento, nenhum cenário”, referiu.

Mas as maiores dores de cabeça do novo líder poderão ser provocadas pela relação da empresa com a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom). Sob a liderança de Francisco de Lacerda assistiu-se a um verdadeiro braço-de-ferro com o regulador. Ainda na sexta-feira, a Anacom revelou que os CTT voltaram a falhar indicadores de qualidade no ano passado, o que levou a que 6,5 milhões de cartas chegassem ao destino demasiado tarde. Em comunicado, a entidade liderada por Cadete de Matos afirmou que vai aplicar o “mecanismo de compensação”, reduzindo o valor máximo pelo qual os CTT podem aumentar os preços este ano, tratando-se do “terceiro ano consecutivo em que os CTT não conseguem cumprir a totalidade dos 11 indicadores de qualidade do serviço postal universal a que estão obrigados”.

Os CTT tinham de garantir a entrega no dia seguinte de um mínimo de 93,5% das cartas de correio azul no Continente, mas só conseguiu fazê-lo em 92,3% dos casos: o resultado foi que “dois milhões de cartas do correio azul demoraram mais de um dia útil a ser entregues”. A empresa tem até ao próximo dia 1 de julho para implementar mudanças na medição dos indicadores de qualidade do serviço, que “apresentava múltiplas fragilidades”.