Arquivado inquérito à adoção ilegal de crianças pela IURD

Despacho do MP refere que os pais biológicos mentiram e que assinaram documentos sobre adoção dos filhos

Procuradoria-Geral da República confirmou, este sábado, o arquivamento do inquérito aberto para investigar uma alegada rede ilegal de adoção de crianças montada pela Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), na década de 1990.

"Confirma-se que o inquérito conheceu despacho de arquivamento", disse uma fonte oficial da Procuradoria-Geral da República, citada pela agência Lusa.

O inqúerito, agora arquivado, tinha sido instaurado em 2017, na sequência de uma reportagem da TVI, que revelou a existência de uma rede ilegal de adoção de crianças no seio da IURD.

O Ministério Público (MP) refere, no despacho de arquivamento, que os crimes em investigação já prescreveram e que as alegações dos pais biológicos foram desmentidas pelas perícias da Polícia Judiciária às assinaturas de duas mães de crianças adotadas, segundo o Expresso.

O mesmo jornal adiantou que o despacho refere que as mulheres, que aparecem como sendo mães biológicas das crianças adotadas, garantiram à TVI nunca ter assinado qualquer documento relacionado com a adoção dos filhos, mas afinal fizeram-no.

O magistrado do MP revelou, no documento de arquivamento, que "foi igualmente desmentido por parte das restantes diligências de prova" que um pai, que aparecia na reportagem, "desconhecia que a filha tivesse sido entregue" a um bispo da IURD.

No despacho é ainda salientado o facto de os pais biológicos não terem apresentado qualquer queixa pela alegada retirada ilegal dos filhos até à transmissão da reportagem televisiva.