Investimento e consumo privado sobem em março

Mas apesar desta aceleração, a economia terá abrandado. Também o comércio externo terá contribuído de forma negativa.

O indicador de atividade económica desceu de 2,1% para 2%  em março, enquanto o indicador de clima económico, disponível até abril, manteve-se nos 2,3%, revelou ontem o Instituto Nacional de Estatística (INE). 

Mas apesar deste abrandamento, o organismo chama a atenção para o indicador quantitativo do consumo privado que acelerou em março, “verificando-se uma aceleração da componente de consumo corrente e uma desaceleração da componente de consumo duradouro”. Ao mesmo tempo, lembra que o investimento acelerou em março, “devido ao contributo positivo mais intenso das componentes de máquinas e equipamentos e de construção, enquanto a componente de material de transporte apresentou um contributo positivo menos intenso”. 

No entanto, considerando a atividade económica da perspetiva da produção, os índices de volume de negócios na indústria e nos serviços desaceleraram, enquanto o índice de produção da indústria diminuiu.  Também o comércio externo terá contribuído de forma negativa, pois as exportações e importações de bens apresentaram variações homólogas de 4% e 13,4% em março, contra 5% e 11,6% em fevereiro. Por sua vez, o índice de produção na construção acelerou.

Na área do euro, em abril, o indicador de confiança dos consumidores estabilizou e o indicador de sentimento económico diminuiu, com os preços das matérias-primas e do petróleo a apresentarem variações em cadeia de -0,4% e 8,4% respetivamente (-0,4% e 3,9% em março).

Estes números surgem depois de o INE ter revelado, na semana passada, que a economia portuguesa acelerou no primeiro trimestre de 2019 ao crescer 1,8%, em termos homólogos, acima do crescimento de 1,7% registado no final do ano passado. Um comportamento que levou o Ministério das Finanças a garantir que a economia tem “bases sólidas para continuar a crescer e a convergir com a Europa no futuro, mesmo num contexto de maiores dificuldades decorrentes da deterioração do ambiente económico externo”, revelou em comunicado. E não tem dúvidas: “O crescimento expressivo do investimento ao longo dos últimos anos, a estabilização do setor financeiro, o reequilíbrio das contas externas e os progressos alcançados na consolidação estrutural das contas públicas constituem pilares sólidos para o crescimento económico nos próximos anos”, sublinha.

As Finanças lembram ainda que a aceleração do crescimento do PIB “reflete um aumento mais pronunciado da procura interna e, particularmente, do investimento, que mais do que compensou a diminuição do contributo para o crescimento proveniente do comércio internacional”, acrescentando que a aceleração do investimento no primeiro trimestre é o principal destaque da aceleração da economia.

O gabinete de Mário Centeno referiu ainda que “o crescimento do PIB continua a ser pautado por crescimento do emprego e redução do desemprego, tendo sido criados mais 73,5 mil empregos por comparação com o primeiro trimestre de 2018, enquanto o número de desempregados diminuiu em cerca de 56,5 mil em igual período, correspondente a uma redução da taxa de desemprego de 1,1 pontos percentuais”.