Emigrantes lesados manifestam-se em frente da Embaixada de Portugal em França

“Todos os meses, faremos uma manifestação em frente da embaixada” escreveram os emigrantes lesados do BES em comunicado.

Descrevem-se como “indignados e enganados do papel comercial” e reclamam créditos do Banco Espírito Santo (BES). São 21 mil, no total, mas oito mil não se encontram em Portugal. Voltarão a sair à rua, em Paris, em frente da Embaixada de Portugal em França, no próximo sábado.

Num comunicado emitido pelos Emigrantes Lesados Unidos, a que o SOL teve acesso, é explicado que o embaixador de Portugal em França, Jorge Torres Pereira, receberá os coordenadores do grupo anteriormente mencionado no âmbito desta manifestação. No mesmo documento, é possível compreender que as reivindicações dos antigos clientes do BES se mantêm: a devolução completa das poupanças obtidas “depois de uma vida de sacrifícios”.

Sublinhe-se que a Comissão Liquidatária do banco, na quarta-feira, afirmou que os títulos detidos pelos lesados não foram emitidos pelo mesmo mas sim por entidades do grupo, como a Espírito Santo International e a Rioforte. Para os lesados, esta situação é “incrível”, sendo que pretendem “denunciar a corrupção atual em Portugal e os casos onde grandes devedores de estabelecimentos de crédito foram perdoados enquanto os emigrantes – a quem foram comercializados produtos de alto risco sem o devido dever de informação – não foram ressarcidos”.

Na última terça-feira, foi noticiado que Ricardo Salgado e José Maria Ricciardi, dois dos treze ex-administradores da entidade financeira, consideram-se lesados e exigem receber 9,98 milhões de euros e 2,46 milhões de euros, respetivamente.

Recorde-se que a luta entre lesados e o BES se iniciou há quase cinco anos, no entanto, os emigrantes explicitam, em comunicado, que a sua “determinação é intacta” e que se manifestarão “todos os meses”.