Turismo de luxo

Nos últimos dias, fomos bafejados pela sorte no turismo. A Qatar Airways e a Emirates aumentaram a presença em Portugal e vão trazer ainda mais turistas.

Turistas, estes, com uma capacidade financeira fora do vulgar, que têm muito poder aquisitivo e que não conhecem as maravilhas do nosso país.

Em média um turista do GCC (Gulf Corporate Council) gasta em média nas férias,  por pessoa, 1000 euros/dia, uma família nunca tem menos que 5 pessoas, e os turistas do GCC viajam sempre em família.

Estamos a falar de um segmento de turismo que não tínhamos, em abundância a nível nacional, e, que agora pode entrar, por esta concorrência salutar entre estas duas linhas aéreas (diga-se colossos).

O turismo de luxo, traz pessoas com dinheiro, e com poder de compra, devemos respeitar todos os turistas, no entanto não devemos cair no esquecimento, aos turistas que podem trazer mais riqueza para Portugal.

Primeiro, veio a Emirates para a capital portuguesa, Lisboa, com um voo diário, em seguida, aumentou a sua capacidade para dois voos diários, e para terminar, iniciou a rota para a cidade do Porto, quatro vezes por semana.

Apesar das vicissitudes políticas, e dos problemas que neste momento são o ‘apelido’ da região, Portugal pode e deve tentar tirar o máximo proveito.

A Qatar Airways já tinha prometido há uns anos, começar a rota de Doha para Lisboa, no entanto, a invasão da Emirates no mercado nacional, alertou-os para entrarem no mercado nacional, antes que fosse tarde demais.

O Dubai é hoje, considerado uma das cidades mais luxuosas do mundo, como Doha, também é.

Apesar de ser menos conhecida que a cidade do Dubai, a cidade de Doha será a capital do Mundial 2022.

O Qatar é um país moderno, muito seguro e muito rico.

Neste momento as ações do turismo de Portugal nessas geografias são simbólicas, relativamente ao que é feito na Europa, Brasil e EUA.

A promoção do país nessas geografias é nula, ou irrelevante.

Devemos  fazer mais e melhor, e não aproveitar apenas a sorte, da competição dos colossos aéreos, casos da Qatar Airways e Emirates.

Digo isto, com conhecimento de causa, porque a única bandeira que muitos dos cidadãos do GCC conhecem, é,  o nosso embaixador a nível mundial, que é a nossa super estrela, Cristiano Ronaldo.

Há uns meses,  escrevi sobre a necessidade de termos que fazer mais a nível nacional, digo a nível político e económico, na promoção da marca Portugal nesses países.

Se visitarmos as feiras de turismo nesses países, percebemos que não é uma prioridade para Portugal, a promoção do nosso país nessa região.

As razões são desconhecidas, porém a região do GCC, é uma região com muito poder de compra, e, aproximar o nosso país com um passado histórico ligado ao mundo islâmico, é algo que devia ser mais bem aproveitado.

A nível de política externa, Portugal não tem problemas com nenhum país da região, mas também não tem relações muito próximas.

Vamos esperar que um dia, tenhamos como os alemães, austríacos, italianos, espanhóis, ingleses e franceses, mais turismo de luxo, países com cidades muito ricas a nível histórico e cultural, no entanto, o nosso Portugal é único, e capaz de entrar na alma de qualquer turista sem pagar impostos.