As mulheres são 60% mais afetadas pela interação de medicamentos do que os homens, de acordo com um estudo realizado no Brasil e publicado na npj Digital Medicine. A investigação foi realizada durante 18 meses através de um registo informático, no qual estão inscritas "as interações com os pacientes e também todos os sistemas de prescrição de medicamentos",
O porquê do resultado ainda não é percétivel, no entanto, as mulheres mais velhas são as que se mostram mais afetadas pela toma de medicação variada, especialmente a partir dos 50 anos. O líder da investigação, Luís Rocha afirma que estão a ser cada vez mais prescritos medicamentos às mulheres quando entram na menopausa, o que pode ter uma forte influência nas conclusões.
Rocha acredita que o facto das mulheres serem mais afetadas se deve a questões "do foro social ou biológico, porque se constatou que há mais mulheres diagnosticadas com depressão e muitos dos medicamentos encontrados têm a ver com ansiedade e depressão".
"Apesar de se saber que certas medicações interagem com outras, ainda assim estão a ser prescritas aos pacientes simultaneamente", sendo que neste estudo se verificaram mais de 180 interações. Isto pode-se dever a "falta de alternativa" mas, por vezes, pode ser apenas devido á falta de atenção por parte do médico ou até mesmo o facto de o utente consultar diferentes médicos.
Rocha sublinha a importância de compreender os efeitos da interação de medicamentos na saúde dos utentes, como problemas neurológicos, disfunções hepáticas ou a redução de capacidade de efeito de um dos medicamentos.
Quando questionado sobre o que pensa da situação atual em Portugal sob a temática, Luís Rocha acredita que os resultados sejam piores do que os do Brasil, devido á população envelhecida.