Desemprego. Taxa cai para 6,3% e atinge valor mais baixo em 15 anos

Queda deve-se não só aos desempregados que conseguiram encontrar emprego, mas também à capacidade da economia de criar mais postos de trabalho. 

A taxa de desemprego no segundo trimestre do ano recuou para 6,3%, menos 0,5 pontos percentuais do que no trimestre anterior e menos 0,4 pontos percentuais em termos homólogos. Trata-se do valor mais baixo em 15 anos, ou seja, é preciso recuar até ao segundo semestre de 2004 para encontrar o mesmo valor, revelou o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Os dados indicam que a população desempregada, estimada em 328,5 mil pessoas, diminuiu 7,1% (25,1 mil) em comparação com o trimestre anterior e recuou 6,6% (23,3 mil) em relação ao segundo trimestre de 2018. Já na população empregada, 4.916,7 mil pessoas, foi observado um acréscimo trimestral de 0,7% (36,5 mil) e um acréscimo homólogo de 0,9% (42,6 mil).

A taxa de desemprego de jovens (15 a 24 anos) situou-se em 18,1%, tendo aumentado 0,5 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior e diminuído 1,3 pontos percentuais face ao trimestre homólogo.
Os dados da entidade indicam também que os desempregados à procura de emprego há 12 e mais meses (longa duração) foi 53,1%, mais 6,3 pontos percentuais do que no trimestre anterior e mais 0,8 pontos percentuais do que no homólogo.

O organismo lembra, no entanto, que “estes decréscimos, porém, têm vindo a ser cada vez menores ao longo do último ano, tal como os acréscimos homólogos observados na população empregada”.

Já os jovens não empregados que não estudam nem trabalham – os chamados “nem nem” – atingiram os 190 mil.  
Segundo o INE, a taxa de desemprego foi superior à média nacional em cinco regiões do país: Região Autónoma dos Açores (8,2%), Área Metropolitana de Lisboa (7,1%), Alentejo (6,9%), Região Autónoma da Madeira (6,9%) e Algarve (6,7%). Já a taxa de desemprego no Norte e na região Centro (6,2% e 4,7%, respetivamente) ficaram abaixo daquele valor.

Em relação ao trimestre anterior, a taxa de desemprego aumentou no Alentejo (0,6 pontos percentuais) e diminuiu nas restantes regiões, tendo os maiores decréscimos acontecido no Algarve (2,7 pontos percentuais) e na Área Metropolitana de Lisboa (0,7 pontos percentuais).

Também esta quarta-feira foi revelado pelo Eurostat que cerca de 88 mil desempregados em Portugal encontraram trabalho nos primeiros três meses deste ano, contra 85 mil pessoas que perderam o emprego neste período face ao último trimestre de 2018. Feitas as contas, o saldo é positivo em três mil pessoas. 

De acordo com dados, em toda a União Europeia – sem contar com a Alemanha, que não entrou para estas estatísticas – foram 2,6 milhões os desempregados que encontraram emprego entre o final de 2018 e o início deste ano, equivalente a 17,7%. No primeiro trimestre deste ano, nove milhões de cidadãos europeus (60,2%) continuavam desempregados, enquanto 3,3 milhões se tornaram economicamente inativos.

Dos que estavam empregados no último trimestre do ano passado, 2,6 milhões de pessoas (1,4%) ficaram desempregadas entre janeiro e março deste ano, enquanto quatro milhões (2,1%) passaram para situação de inatividade económica.