5G. Guerra entre regulador e Altice sem fim à vista

Ainda esta quarta-feira, a operadora fez um simulacro de um acidente de viação em que as operações de socorro foram suportadas por tecnologia 5G.

A guerra entre a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) e a Altice continua em torno do 5G. O regulador voltou esta quarta-feira a garantir que o “processo necessário ao desenvolvimento do 5G está a decorrer conforme o programado e de acordo com as determinações europeias”, respondendo assim às críticas da empresa liderada por Alexandre Fonseca que põe em causa o desenvolvimento desta tecnologia em Portugal. Já não é a primeira vez que a empresa diz que estamos seis meses atrasados. Uma resposta que não agrada à operadora que voltou a responder à Anacom. “A Altice Portugal reafirma a gravidade do calendário proposto e da colocação da Região Autónoma dos Açores e da Madeira em último lugar na migração da faixa dos 700Mhz da TDT, face à grande probabilidade de tal calendário não poder ser cumprido, prejudicando a implementação da rede 5G no território”, acrescentando que “para desviar atenções dos seus próprios erros e incapacidade no processo de implementação do 5G produza afirmações falsas, pois não é verdade que a Altice Portugal tenha sido consultada sobre qualquer questão relativa às Regiões Autónomas”.

A entidade liderada por João Cadete de Matos afirmou que aprovou no dia 21 de agosto, o sentido provável de decisão relativo às alterações da rede de televisão digital terrestre (TDT), no contexto da libertação da faixa dos 700 MHz, em consulta pública até ao próximo dia 19 de setembro. “O projeto de decisão sobre a TDT compreende a definição das alterações técnicas que a MEO terá de introduzir na rede de TDT, a metodologia a utilizar e o respetivo faseamento. No 4.º trimestre deste ano, mais concretamente na segunda quinzena de novembro, está prevista a realização de um teste piloto, para aferir a metodologia e as ações previstas de apoio ao utilizador, previamente e num ambiente limitado”, esclarece. 

A Anacom destaca que na segunda quinzena de novembro está prevista a realização de um teste piloto, “para aferir a metodologia e as ações previstas de apoio ao utilizador, previamente e num ambiente limitado”.

Quanto ao planeamento da migração, a entidade garante que “a Altice manifestou a sua preferência por inverter a ordem de realização dos trabalhos no continente, nomeadamente devido a questões climatéricas” e que, por isso, os trabalhos começarão no sul e terminam no norte do país. Só depois irão passar às Regiões Autónomas.

Simulacro Ainda esta quarta-feira a cidade de Aveiro foi palco do primeiro simulacro em Portugal de um acidente de viação, cujas operações de socorro foram totalmente suportadas por telecomunicações de tecnologia 5G. Para demonstrar algumas potencialidades desta tecnologia – nomeadamente a menor latência, a maior largura de banda, assim como possibilitar maiores velocidades de deslocação dos utilizadores – a operadora realizou o simulacro de um acidente de viação em que as equipas de socorro, forças de segurança, bombeiros e pessoal de emergência médica usaram comunicações 5G para suportar a sua intervenção no terreno. 

O objetivo da demonstração foi mostrar como no futuro e com a tecnologia 5G é possível aumentar a eficácia em situações reais, neste caso do socorro, através da utilização de vários equipamentos que fornecem imagens do local do acidente, com recurso a um drone, bem como informação vital dos sinistrados em tempo real. Desta forma, a resposta das autoridades e entidades tende a deixar de ser standardizada, adaptando-se ao caso concreto, aumentando a sua eficiência e eficácia, podendo ser determinante no salvamento de vidas, segundo a empresa liderada por Alexandre Fonseca. 

Para Luís Alveirinho, Chief Technology Officer da Altice Portugal “esta demonstração é mais uma materialização das vantagens da rede 5G no futuro, num território que vai beneficiar e continuar a evoluir com esta tecnologia – o socorro. A Altice Portugal está sempre presente na definição de tendências e, desde o primeiro momento, na liderança do 5G. O 5G é claramente uma oportunidade para Portugal, tratando-se de uma oportunidade que a Altice não vai deixar passar ao lado. Não só o intenso deployment de fibra ótica e a modernização das estações de base nos últimos anos, em todo o país, nos coloca numa posição mais confortável na evolução para o 5G”.