Jovem de 22 anos espancou fatalmente homem de 66 e filmou-o em agonia

Acusação do MP fala em “malvadez” do arguido

Um jovem, de 22 anos, acusado de matar um homem, de 66 anos, no Porto, terá espancado brutalmente e filmado a vítima a morrer.

De acordo com a acusação do Ministério Público (MP), a que a agência Lusa teve acesso esta quinta-feira, Juan Costela é descrito como uma pessoa com instintos de “malvadez”, “baixeza de caráter” e “perversidade”.

Enquanto filmava a vitima “nos seu últimos momentos de vida”, o jovem dirigia-lhe insultos associados às suas preferências sexuais “retirando prazer desse ato”. De acordo com o MP, depois desse ato, roubou ainda os bens pessoais da vítima, Fernando Cruz, e prosseguiu a sua vida como se nada se tivesse passado.

Juan Costela é de origem colombiana, mas adquiriu nacionalidade espanhola. Segundo a agência Lusa, tinha pendente um mandado de detenção europeu, emitido pelas autoridades de Espanha para cumprir 14 anos de prisão por outros crimes – circunstância que era desconhecida pela vítima quando o acolheu.

A acusação refere que o sexagenário sabia apenas que o arguido tinha sido expulso de uma casa-abrigo do Porto devido a “mau comportamento” e quis acolhê-lo na sua residência, chegando mesmo a pagar-lhe as contas, retirando-o da condição de sem-abrigo.

"Desprezando toda a ajuda recebida”, o jovem roubou e maltratou a vítima. Depois, num crescendo de agressividade “sem motivo aparente” e mesmo após vítima lhe ter dado uma segunda oportunidade de ficar na sua residência, o arguido acabou por espancá-lo fatalmente.

O espancamento, seguido de roubo de bens pessoais da vítima, foi consumado entre as 11h00 e as 14h00 do dia 11 de fevereiro de 2019, na residência do sexagenário, na Rua de Santos Pousada, no Porto. A vítima foi encontrada cadáver no dia seguinte por uma vizinha.

De acordo com a autópsia, em consequência dos murros, joelhadas e pontapés que lhe foram infligidos, o homem ficou com lesões traumáticas crânio-meningo-encefálicas e faciais que determinaram a sua morte.

A vítima é descrita pelo MP como uma pessoa "pacata, educada, culta, discreta" e poliglota. Além de sobreviver com uma reforma de 800 euros, "passava o seu tempo nas bibliotecas municipais, a ler, ou nos computadores".

As notícias sobre o caso dão conta de que ambos estariam numa relação amorosa.

O arguido está em prisão preventiva no Estabelecimento Prisional do Porto. O julgamento vai realizar-se no Juízo Central Criminal da Comarca do Porto.