Madeira e mobiliário. Associação teme encerramento de empresas

Falta de matéria-prima agravou-se com incêndios de 2017

A Associação das Indústrias da Madeira e do Mobiliário de Portugal (AIMMP) teme o encerramento de várias empresas do setor. A falta de matéria-prima, que se agravou com os incêndios de 2017, está na origem do problema.

"Os incêndios de 2017 agravaram muito a situação de escassez de matéria-prima que já se vinha a fazer sentir há bastante tempo", disse Vítor Poças, presidente da AIMMP, à agência Lusa.

"Muito provavelmente, algumas empresas com menor capacidade financeira encerrarão, outras poderão eventualmente passar a prestar serviços de serragem", alerta o responsável.

Além disso, "com o aumento da importação de matéria-prima, o valor acrescentado nacional do setor sofrerá uma redução drástica. As exportações diminuirão, a balança comercial tenderá a agravar-se”, lamenta Vítor Poças.

O presidente da AIMMP explicou que este problema afeta "o corte e abate dos pinheiros, a logística do pinho, a primeira transformação do pinho (serrações e fábricas de painéis), a transformação de produtos ou subprodutos de pinho noutros produtos de valor acrescentado e o fabrico de produtos especiais de pinho”.

"Há que equacionar soluções para a falta de matéria-prima nas serrações, que podem passar pela deslocalização da produção nacional, pela importação de madeira, enquanto a floresta portuguesa é reestruturada e cresce", defendeu.

Recorde-se que só nos incêndios de Pedrógão Grande, em junho, e nos que lavraram no norte do país em outubro foram consumidos pelas chamas 107 mil hectares.