Na sequência das queixas feitas pelos passageiros, a Área Metropolitana de Lisboa (AML) decidiu dar autorização às operadoras para alargarem os horários dos transportes públicos. A informação foi confirmada pelo secretário executivo da AML, Carlos Humberto. “Estamos a passar as autorizações que nos pedem [de novos horários] onde temos sentido aumento da procura”, disse à agência Lusa.
Entre setembro de 2018 e setembro deste ano, houve um aumento de 150 mil passageiros em toda a AML. Os concelhos de Mafra, Montijo, Setúbal e Palmela foram onde se registou um crescimento mais significativo e onde, segundo Carlos Humberto, as empresas têm tido mais dificuldade em responder a essa procura.
A descida dos preços dos passes mensais fez com que a procura aumentasse. A descida dos preços foi calculada de acordo com a inflação e de acordo com a estimativa de procura de 15%, “claramente ultrapassados para os 25,5%”.
As operadoras têm vindo, no entanto a fazer "desdobramentos" de horários, com vários autocarros, no caso dos transportes rodoviários, a sair ao mesmo tempo. O secretário executivo da AML mostrou-se, no entanto, disponível para "transformar esses desdobramentos em horários fixos".
O facto de o aumento da procura ter passado a ser uma realidade, ao invés de uma estimativa, levou a AML a aumentar em mais de 1% o financiamento às operadoras, estando “disponível para distribuir parte das receitas dos passes e pagar aos operadores em função” desse aumento.
Em Mafra, os passageiros já subscreveram uma petição a pedir um reforço no número de autocarros, tendo em conta que, mesmo com esse "desdobramento", continuam a haver transportes cheios, o que leva as pessoas a chegarem atrasadas ao trabalho e às escolas.
Terá havido um aumento de 60% na zona da Malveira e de 100% na Ericeira, segundo o diretor da operadora Mafrense, Nuno Carmo.