CDS declara que câmara de Lisboa “não pode ficar indiferente” no que diz respeito ao número de voos

Partido quer que haja uma redistribuição dos voos entre a Portela e o novo aeroporto.

O CDS apresentou, esta segunda-feira, uma proposta à Câmara Municipal de Lisboa com o objetivo de diminuir, de forma faseada, o número de voos na capital, recorrendo ao novo aeroporto, que deverá ser construído nos próximos anos.

Na proposta, a que o i teve acesso, o CDS defende que a autarquia deve, antes do mais, “obter, junto da ANAC [Autoridade Nacional de Aviação Civil] e da ANA [concessionária dos aeroportos], a garantia do cumprimento da lei na restrição de movimentos aéreos no período noturno por forma a minimizar de imediato os enormes impactos negativos da atividade aeroportuária junto dos residentes e demais população (hospitais, escolas e empresas, entre outros) da zona de influência do aeroporto da Portela”. Ao i, o vereador do CDS da Câmara Municipal de Lisboa João Gonçalves Pereira defendeu que a autarquia deve ter uma posição em relação a este assunto: “A câmara, embora não tenha a tutela desta área, não pode ficar indiferente e deve assumir uma posição sobre esta questão”.

O CDS quer também que “durante o período decorrente entre a expansão da Portela e a conclusão da obra da nova infraestrutura aeroportuária seja garantida a redistribuição dos movimentos aéreos existentes e não seja permitido o seu aumento para níveis superiores aos limites atuais”. 

“Entendemos que o Aeroporto Humberto Delgado é um ativo para Lisboa, para a cidade, para a economia do país e para o turismo. É positivo manter esta infraestrutura. Mas entendemos que esta infraestrutura deve ter menos pressão em termos de movimentos aéreos”, explica João Gonçalves Pereira, considerando que a câmara deve fazer pressão sobre a ANA e a ANAC para que seja cumprida a lei em matéria de restrição dos voos no período noturno.

Após o início das operações no novo aeroporto, o CDS quer que “seja desenvolvido e implementado um plano de redução dos movimentos aéreos diários por forma a minimizar os impactos e riscos inerentes à atividade do aeroporto na capital”. Aliás, caso a construção do novo aeroporto não esteja concluída até ao final de 2023, o partido pede que “seja restabelecido o limite máximo de movimentos diários anterior à expansão do aeroporto da Portela”.

“A razão da proposta prende-se com três consequências que advêm do crescimento no número de movimentos aéreos na cidade: o impacto naquilo que é o risco de acidente – quanto mais movimento, maior o risco de acidente -, o aumento do ruído e o aumento da poluição”, explica ao i o vereador da autarquia. “Não queremos que se acabe com o aeroporto da Portela, que é uma mais-valia para a cidade e para o país, mas sim que haja uma redução da pressão em Lisboa e uma redistribuição dos movimentos entre as duas infraestruturas aeroportuárias”, acrescenta.