O líder dos socialistas do PSOE, Pedro Sánchez, perdeu este domingo a primeira votação à sua investidura como primeiro-ministro espanhol, conseguindo o apoio de apenas 166 dos 176 deputados que precisava para ter maioria absoluta.
O resultado era esperado, mas é quase certo que à segunda será de vez, dado que então Sánchez só necessitará de uma maioria simples – ou seja, mais votos a favor do que contra. Este domingo apenas 165 deputados votaram contra, graças à prometida abstenção dos independentistas da Esquerda Republicana da Catalunha (ERC). Tudo indica que esta terça-feira, na segunda votação, será aprovado um Governo de coligação entre o PSOE de Sánchez e os esquerdistas do Unidas Podemos, liderados por Pablo Iglesias.
O programa acordado incluí a subida dos impostos aos mais ricos – a partir dos 130 mil euros de rendimento anual – e grandes empresas, aumento do salário mínimo – até aos 1200 euros ao longo da legislatura – e reversão das reformas laborais levada a cabo pelo Partido Popular (PP), em 2012. A chamada “coligação progressista” também se quer focar em áreas como os direitos das mulheres e do combate às alterações climáticas.
Recorde que Espanha esteve sem Governo a maior parte do ano passado, quando foi duas vezes a eleições, em abril e novembro, resultando em sucessivas vitórias do PSOE, mas sem uma maioria conclusiva. Nos últimos anos o espetro partidário espanhol tornou-se cada mais fragmentado, com o surgimento do Podemos (que se fundiu com a Esquerda Unida), do Ciudadanos no centro-direita e do Vox na extrema-direita.
Longe vão os tempos do bipartidarismo, e o PSOE acabou por aceitar uma coligação com o Unidas Podemos, que ainda dependerá dos independentistas catalães – recebendo pesadas críticas à direita.