Carrefour retira disfarces de carnaval depois de ser acusado de hipersexualizar profissões

Uma jornalista espanhola partilhou fotografias de diversos disfarces, como o de mulher polícia, e acusou o supermercado de estar a objetificar sexualmente as profissões e as mulheres.

O supermercado Carrefour viu-se obrigado a retirar alguns dos seus disfarces de Carnaval, depois de uma jornalista espanhola ter acusado a cadeia de hipersexualizar algumas profissões e tratar as profissionais do género feminino como um objeto sexual.

As publicações da jornalista Ana Polo no Twitter tiveram imenso apoio por parte dos seus seguidores. Nas várias imagens, a mulher mostra disfarces como o de uma mulher polícia, empregada de limpeza e enfermeira. “Estas pessoas nunca devem ter visto uma mulher polícia no seu trabalho”, escreveu na legenda de três disfarces, onde pode ver as mulheres com fatos justos e curtos.

“As mulheres também podem pilotar aviões. Desde que usem saias” e “empregadas de limpeza com as pernas à mostra. Que clássico” são outros dos comentários da jornalista de 29 anos. 

Para a jornalista o fato mais chocante é o de uma terapeuta sexual. "O que eles tentam vender é que este tipo de médico é uma pessoa com quem o paciente se pode envolver sexualmente e não um profissional que pode ajudá-lo", escreveu.

As denúncias de Ana Polo tiveram tanta visibilidade que os Bombeiros pela República chegaram mesmo a denunciar o supermercado francês pelo fato de bombeira. "É um insulto à nossa profissão, mas, acima de tudo, é uma falta de respeito e desprezo por todas as mulheres. Porque é que a mulher bombeira não está de calças", escreveram na sua conta oficial de Twitter.

Apesar de apontar as falhas dos fatos de carnaval disponíveis no supermercado francês a jornalista afirma que o problema é geral e que muitas lojas e empresas comercializam fatos que objetificam a mulher e degridem certas profissões. “Falta um pouco de consciência feminista para ver que é mais uma maneira de nos usar como objetos sexuais”, disse Ana Polo, salientado que as mulheres que usam os fatos “não devem ser julgadas”, diz ao El País. 

O Carrefour afirma que produtos pertencem a um fornecedor externo com quem o supermercado tinha um contrato de venda na plataforma online e afirma que depois da polémica estes foram todos retirados.