A polémica em torno do cavaleiro tauromáquico João Moura parece estar longe do fim. Depois de ter sido detido por suspeita de maus tratos a animais e de ver 18 dos seus cães lhe serem retirados, a Katefriends — uma organização sem fins lucrativos que resgata e recuperacães da raça galgo – fez este sábado uma publicação onde denuncia estar a par dos maus tratos levados a cabo por João Moura e revela que tem vindo a resgatar animais desta raça aos cuidados do cavaleiro tauromáquico.
“Ficaram chocados com o que o João Moura fez a estes 18 galgos, lamento informar-vos mas há muitos anos que katefriends.com faz 500 km (…) para trazer bebés e adultos completamente anoréxicos deste senhor sempre neste estado”, começa por dizer a publicação partilhada no Facebook.
“Na maioria das vezes sobram poucos por terem morrido de fome, porque nem sempre posso largar a minha vida profissional e sair a correr como gostaria. Houve até vezes, na impossibilidade de me deslocar, voluntários trazerem-nos para a katefriends.com para evitar mais mortes. O pior, e parece que ninguém se lembra, é que existem imensos, tantos que nem imaginam ‘Joões Mouras’ no nosso país”, acrescenta a associação, realçando que “tudo isto se deve apenas, por ainda não terem PROIBIDO as corridas de galgos em Portugal, devido a interesses económicos e políticos relacionados com este lobby, apesar das denúncias”.
“Enquanto o estado Português e todos os cidadãos, não se consciencializarem que esta chacina só vai acabar quando as corridas forem proibidas, nada vai mudar, pois o João Moura até pode ir preso mas os outros continuam a usar e deitar fora os galgos”, refere a publicação.
A associação pede que os utilizadores assinem uma petição, a "única petição existente em Portugal", para que se proíbam as corridas de galgos, juntamente com "todo este sofrimento” e deixa imagens chocantes de animais que ficaram ao seu cuidado.
Recorde-se que o cavaleiro tauromáquico foi constituído arguido, esta quarta-feira, por deixar subnutridos 18 cães de raça galgo. No mesmo dia foi libertado com o Termo de Identidade e Residência. Um dos animais acabou por não resistir à falta de nutrientes e morreu na quinta-feira.
"Alguns estavam magros, mas não os tratei mal", disse João Moura, em sua defesa, em declarações ao jornal O Farpas. "Agora vão instruir o processo e vai seguir para a frente. Já prestei as minhas declarações e estou em casa tranquilo e com a consciência tranquila. Não matei ninguém, não roubei ninguém, não tratei mal os meus cães", acrescentou.
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