50 médicos infetados

Ministra da Saúde diz que levantamento está a ser feito.

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) revelou ontem que há 50 médicos infetados com o novo coronavírus e mais de 150 em quarentena. Em declarações à Lusa, o secretário-geral do SIM, Jorge Roque da Cunha, revelou que os últimos cinco casos foram identificados no Hospital SAMS, em Lisboa, e que há mais de 150 médicos em quarentena, e reiterou o apelo ao Governo para disponibilizar mais meios para aqueles profissionais trabalharem protegidos e protegerem os doentes. No briefing diário, questionada pelos jornalistas, Marta Temido revelou que o levantamento de quantos profissionais de saúde estão infetados e quantos estão em isolamento está a ser feito, salientando no entanto que nem todos os casos são de contágio profissional. Marta Temido disse mesmo que o primeiro caso em Portugal foi um médico que tinha estado em Itália, fora do contexto profissional.

Além da falta de equipamento de proteção, durante o fim de semana a solução de colocar os filhos de profissionais de saúde nas mesmas escolas para que os pais pudessem continuar a trabalhar motivou também duras críticas ao Governo, com o presidente da Seção Regional Centro, Carlos Cortes, a pedir a Marta Temido para não criar uma bomba relógio, uma vez que concentrar as crianças no mesmo espaço aumenta o risco de infeção e podia, por outro lado, levar a que, perante um positivo, dezenas de profissionais de saúde e filhos ficassem em isolamento. A ministra da Saúde anunciou ontem que será publicado um despacho que irá prever outras soluções para casais com filhos em que os dois elementos sejam profissionais de saúde, nomeadamente o pedido para que haja uma articulação dos horários para que preferencialmente não estejam escalados ao mesmo tempo. Outra hipótese, disse Marta Temido, será uma transferência do subsídio de assistência aos filhos a que têm direito os pais para uma pessoa à sua confiança que possa tomar conta dos filhos enquanto os pais trabalham.